Preso em consultório, médico de Anápolis também enviava livros e mensagens eróticas para pacientes

Em coletiva, delegada explicou como e onde ele agia e os detalhes revelados por secretárias

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Policiais civis de Anápolis, através da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), chegaram logo pela manhã no Instituto da Mama, no Centro, para cumprir o mandado de prisão preventiva contra o ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos.

Ele ainda não havia chegado para mais um dia que acreditava ser de ‘trabalho’ e, enquanto isso, os agentes conseguiram com secretárias informações de que pacientes realmente reclamavam da maneira que ele, sozinho, conduzia as consultas e exames.

“[As secretárias] disseram que ele era uma pessoa grossa e que não tinha muito contato. Afirmaram que as vítimas iam lá reclamar depois do exame e que até maridos já reclamaram, mas ele não os atendia [para as reclamações] e ficava por isso mesmo”, explicou a delegada Isabella Joy, titular da DEAM, em entrevista coletiva.

“Inicialmente, ao ser preso, ele estava tranquilo. Mas depois eu li para ele as denúncias e ele ficou nervoso. Disse que só falaria na presença de um advogado”, acrescentou.

As investigações começaram no último dia 15 e, em pouco tempo, foi possível encontrar várias mulheres que relataram ter sido expostas a atos constrangedores e criminosos por ele.

De acordo com a investigadora, Nicodemus foi demitido do Ânima Centro Hospitalar por reclamações da mesma natureza e que chegava, além dos abusos no consultório, até a mandar mensagens com livros e frases eróticas para as pacientes.

“Agora nosso próximo passo é encontrar novas vítimas, não só em Goiás, porque ele também tem CRM ativo no Pará, Paraná e Distrito Federal. Então provavelmente terão vítimas nesses estados e queremos ganhar mais provas e encontrar as vítimas para que ele tenha uma condenação maior por todos os crimes que cometeu”, afirmou.

Nas buscas e apreensões, a Polícia Civil encontrou computadores, iPads e celulares, que após a autorização da Justiça deverão ser analisados na busca por mais conteúdos que possam comprovar as ações delituosas.

Depois do encerramento da entrevista coletiva, inclusive, duas mulheres já aguardavam na delegacia para denunciar que também tinham sido abusadas pelo médico.

Mulheres que, pela foto e nome do médico, tenham sido vítimas devem procurar a DEAM, que fica na Rua Dez de Março, nº 257, no Centro, ao lado da Central de Flagrantes.

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