‘Capitã cloroquina’ acusa chefe de gabinete de Queiroga de ameaça e registra BO

Segundo secretária, chefe de gabinete de Queiroga teria pedido para ela verificar mensagens que receberia

Folhapress Folhapress -
(crédito: Anderson Riedel/PR – 15/6/20)

(FOLHAPRESS) – A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, registrou boletim de ocorrência por suposta ameaça feita por João Lopes de Araújo Júnior, chefe de gabinete do ministro Marcelo Queiroga.

Conhecida como “capitã cloroquina” pela defesa ferrenha do tratamento ineficaz para Covid, Mayra narrou à Polícia Civil do Distrito Federal que recebeu, em 25 de setembro, ameaças do auxiliar do ministro e acusações de tentar derrubar Queiroga.

O registro da ocorrência foi feito em 3 de outubro na Polícia Civil do Distrito Federal.

Com “voz sugestiva de descontrole emocional”, segundo a secretária, o chefe de gabinete de Queiroga teria pedido para ela verificar mensagens que receberia.

Mayra disse que, na sequência, Araújo Júnior enviou uma série de mensagens acusando ela e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, de articularem a demissão de Queiroga.

As acusações são feitas num momento de fragilidade de Queiroga. O ministro faz uma série de agrados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para se agarrar ao cargo e está isolado entre gestores do SUS.

Procurados, Mayra, Araújo Junior e a assessoria de Onyx não se manifestaram. O Ministério da Saúde e o Palácio do Planalto também foram procurados, mas não responderam até a publicação deste texto.

O registro feito por Mayra foi revelado pela CBN e confirmado pela Folha, que reproduz as mensagens com a grafia e na ordem apresentadas no boletim da polícia.

As mensagens foram enviadas a Mayra entre 18h18 e 18h41, segundo o BO. O chefe de gabinete de Queiroga teria dito:
“você esta tratamento coisas horríveis”, “você esta cometendo um crime”, “você não tem qualquer lealdade ao ministro.”

Além disso, afirmou, segundo Mayra: “cuidado, sei da sua ligação com Onyx”, “continue seu plano de derrubar o ministro”, “eu sei todos os nomes envolvidos nessa tentativa de retirada do ministro”, “nao ouse”, “cuidado, você vai ver a mão de Deus sobre você”.

A polícia civil encaminhou o caso à Polícia Federal, pois os envolvidos são servidores públicos federais, e o possível crime de ameaça teria ocorrido por causa das suas funções.

Segundo o BO, a secretária apresentou prints das conversas.

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