Quem é o anapolino que se transformou em um dos maiores compositores do país

Sucesso começou após ele emplacar música para namorada. Hoje, é dono de hits nas vozes de Marília Mendonça Zé Neto e diversas duplas famosas

Pedro Hara Pedro Hara -
Compositor já escreveu para diversos artistas sertanejos (Foto: Reprodução/Tem Base Podcast)

Você pode nunca ter ouvido falar de Gabriel Agra, mas com certeza já ouviu e cantou o refrão de alguma música composta por ele. Aos 31 anos, o compositor emplacou diversos hits nas paradas musicais nos últimos anos. 

Gabriel é autor de sucessos, entre eles “S de Saudade”, da dupla Luiza e Maurílio, “Alô, Ambev”, de Zé Neto e Cristiano, “Volta por Baixo”, de Henrique e Juliano e “Bebi, liguei”, de Marília Mendonça. 

Essas são apenas algumas das músicas recentes assinadas por Gabriel. A história dele começa em 2010, quando emplacou a canção “Clichê” de João Neto e Frederico com participação de Jorge e Mateus. 

A música que era uma homenagem para a namorada que posteriormente se tornou esposa, foi a porta de entrada de Gabriel Agra no mundo do estrelato musical. Apesar do sucesso, a canção só veio a público por insistência da dupla Marcos e Fernando, para quem a composição foi apresentada inicialmente.

“Um dia a gente estava num apartamento que a minha esposa alugava. A Roberta pegou no meu pé e disse que eu fazia tanta música, mas não fazia pra ela. Ela foi dormir e eu fiquei na sala para fazer a música e comecei a escrever. Quando estava quase acabando, eu vi a música toda e disse que era um clichê e virou o título da música. Uns dias depois eu tive uma audição com Marcos e Fernando. Eu apresentei dez músicas, mas eles queriam saber se eu tinha mais músicas e disse que tinha a que eu fiz pra minha namorada. E eles queriam gravar, mas quem gravou foi o João Neto e Frederico. Os meninos mandaram para  o Jorge e Mateus três músicas românticas e eles escolheram a “Clichê”, contou Gabriel a história do primeiro hit que emplacou. 

O poder da palavra

Gabriel é uma pessoa que acredita bastante no poder da palavra. Alguns meses antes de ver a sua música gravada pela dupla João Neto e Frederico, o compositor em conversa com Wander Oliveira, dono do escritório musical WorkShow, disse que iria compor o próximo hit da dupla. Na época, os goianos estavam estourados com a música “Lê, Lê, Lê”. 

Dito e feito, “Clichê” foi um sucesso instantâneo e passou a tocar em todas as rádios do Brasil. 

Outro episódio narrado por Gabriel que demonstra o poder da palavra foi quando ele disse a familiares que iria ter as suas músicas elogiadas pela dupla Victor e Léo. 

Em um encontro com a dupla, as músicas receberam elogios como antecipado e então surgiu a oportunidade de compor para Léo Chaves, que lançou a carreira solo um tempo depois. 

Gabriel se orgulha de ter participado da primeira composição de Léo em sua carreira solo. A canção foi composta após Léo relatar para Gabriel um sonho que teve.  “Eu fui o cara que ajudou o Léo a fazer a primeira música dele. Depois fizemos a música Tudo com Você, que virou trilha sonora de novela”, contou. 

Compositor atualmente é um dos principais hitmakers do país (Foto: Reprodução/Instagram Gabriel Agra)

Outro patamar

Entre os hits que escreveu, Gabriel guarda dois deles com um carinho mais do que especial. As músicas “10%”, de Maiara e Maraísa e “S de Saudade”, de Luíza e Maurílio. 

Após as músicas, o sucesso foi instantâneo. Segundo Gabriel, o carinho especial por esses dois hits é por conta da mudança que eles proporcionaram na carreira das duplas. O aumento da estrutura dos shows e a geração de empregos que ocorreu após o hit foi enaltecida pelo compositor.

“A virada de chave das duplas foi com essas músicas. Todo o artista sonha com essa música que vai levar ele pro Brasil. São meus dois tesourinhos. Música é igual filho, a gente não tem uma favorita, mas essas duas entregaram um resultado mais bonito”, explicou. 

Falta um hit

Atualmente Gabriel compõe músicas para os maiores artistas sertanejos do Brasil. Entretanto, segundo ele, falta emplacar um hit com os aqueles que abriram as portas para que o sertanejo fosse um gênero musical que conquistasse os brasileiros. 

“Ainda tenho vontade de acertar um hit com Bruno e Marrone, Chitãozinho e Xororó e Zezé. São três referências”, revela o compositor. “O Bruno e Marrone já cantaram metade de uma música que eu fiz para o Edson e Hudson, se eles cantarem metade de outra música posso falar que eles gravaram uma música minha”, brincou. 

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