Urban pede aumento de 79% na tarifa e ARM quer buscar formas de diminuir custos do sistema

Caso fosse aceito sem negociação, o valor atual da passagem sairia de R$ 4,25 para R$ 7,63. Concessionária acumulou deficit de mais de R$ 20 milhões

Caio Henrique Caio Henrique -
Terminal Rodoviário Urbano, em Anápolis. (Foto: Bruno Velasco)

O Portal 6 apurou que a Urban já encaminhou à Agência Reguladora do Município (ARM) o mais novo pedido de reajuste no valor das passagens de ônibus em Anápolis. Nos termos do contrato fixado em 2015, a empresa tem este direito uma vez por ano.

No ano passado, contudo, essa possibilidade foi descartada por conta da realidade da pandemia do novo coronavírus.

A reportagem conversou com Robson Torres, que é presidente tanto da ARM quanto do Conselho de Gestão e Regulação (CGR) responsável por analisar o valor requerido pela empresa, e ele explicou o processo.

A Urban pediu um aumento de 79%, situação em que a atual tarifa de R$ 4,25 passaria para R$ 7,63.

O valor, no entanto, não é final, segundo Robson. Ele explicou que esse pedido passa pela análise e revisão do CGR antes de chegar às mãos do prefeito Roberto Naves (Progressistas) para, enfim, ser definitivo.

Robson destacou que o órgão trabalha com a perspectiva de manter o valor abaixo dos R$ 5, sem prejudicar a sustentabilidade do sistema de transporte público. Porém, isso será um desafio para todos os atores envolvidos.

O principal deles é o fato de a Urban reivindicar uma dívida de mais de R$ 23 milhões que o transporte coletivo a trouxe em prejuízos até fevereiro deste ano.

Além dessa questão, vários outros pontos devem ser avaliados para se chegar a um preço final.

Alguns caminhos seriam a isenção do pagamento de imposto sobre o óleo diesel para a empresa, a criação de um possível “Fundo Municipal do Transporte” e até mesmo a redução de linhas e horários para tentar diminuir os custos provenientes do serviço.

É a partir desta combinação de variáveis que o Robson Torres pondera que até os usuários podem ajudar.

“Precisamos todos participar da discussão do valor da tarifa, porque são vocês, usuários do sistema, que garantem a produção de fábricas e indústrias e mantêm vivas inúmeras empresas comerciais”, argumentou.

Isso porque o equilíbrio do sistema de transporte coletivo é imprescindível para que ele continue existindo.

Falta de subsídio

Na Grande Goiânia, o preço da passagem também está na casa dos R$ 4,50. No entanto, ele poderia ser 43% maior não fosse a contribuição que o Governo do Estado dá como forma de subsídio.

Anápolis não conta com esse tipo de aporte, tendo os usuários que custear a totalidade das despesas com todo o serviço no município.

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