Afinal, o que falta para ser batido o martelo sobre o novo preço da passagem em Anápolis?

Portal 6 conversou com presidente da Agência Reguladora para entender a atual situação da problemática

Caio Henrique Caio Henrique -
Urban é a concessionária do transporte coletivo em Anápolis desde 2015. (Foto: Bruno Velasco).

Diversos fatores entraram em cena na cada vez mais complexa equação do preço da passagem de ônibus em Anápolis.

Em entrevista ao Portal 6, Robson Torres, presidente da Agência Reguladora Municipal (ARM) – responsável por realizar a mediação entre Urban e Prefeitura na definição do reajuste tarifário – explicou a atual situação do processo.

“Após todas as análises promovidas, e até mesmo contato com outras Agências Reguladoras do país, levamos todos os dados ao Conselho Gestor de Regulação (CGR) para a deliberação final e posterior encaminhamento da decisão ao prefeito”, explicou.

Ou seja, uma vez avaliado e proposto, faltará apenas o parecer final de Roberto Naves (PP) para que o novo valor seja, enfim, divulgado e aplicado no município.

Obstáculos para manutenção do preço

À reportagem, Robson também detalhou que, dentro dos cenários encaminhados para a gestão, um dos focos trabalhados foi a necessidade de implementação do subsídio governamental ou até mesmo um fundo municipal, de forma a evitar o aumento do preço.

“Atualmente, apenas a tarifa é responsável pelo ingresso de receita dentro do sistema de transporte público, o que deixa todo o peso em cima dos usuários, muitas vezes pertencentes às classes menos favorecidas financeiramente”, justificou.

A cifra é definida conforme a planilha de custos da Urban, e não uma estimativa própria da empresa, o que quer dizer que todos os gastos são refletidos diretamente nas pessoas que andam de ônibus, pois o dinheiro levantado com as tarifas é o único fluxo atual de caixa.

Aliado a este problema, houve o aumento substancial do preço do óleo diesel e demais custos de manutenção dos veículos na pandemia, além também da necessidade de ajuste salarial dos funcionários que, sozinhos, representam 50% da folha de gastos da concessionária do transporte.

Soluções

Todas estas questões são levadas em conta para compor o valor total de R$ 7,63, encaminhado inicialmente pela Urban, que seria o necessário para cobrir os gastos da empresa caso nenhuma alteração acontecesse no sistema.

Por conta disso, os órgãos e agências seguem se mobilizando para encontrar formas de driblar este aumento e diminuir as despesas com a frota de ônibus.

Esta preocupação, inclusive, pode atrasar ainda mais a definição do novo valor, já que Roberto deve aguardar que o governador Ronaldo Caiado (DEM) sancione o decreto de isenção do pagamento de ICMS sobre o óleo diesel, que, por si só, deve ser responsável pela diminuição de cerca de R$ 0,30 no preço final.

A reportagem, inclusive, procurou saber se o desfecho aconteceria ainda em 2021, mas a complexidade do assunto e as muitas variáveis que o circundam impediram uma previsão exata.

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