Secretarias de Saúde não estão monitorando se pacientes com Covid-19 foram ou não vacinados

Especialistas ouvidos pelo Portal 6 reforçam que informação é importante para o monitoramento e controle da pandemia

Caio Henrique Caio Henrique -
UTI de Covid-19 (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

Passada a comemoração do Réveillon, a contaminação por Covid-19 voltou a ser uma preocupação muito grande de vários municípios Brasil afora.

A doença, porém, não realizou pausas para as festividades e um grande exemplo disso é o número de pessoas internadas para tratar as consequências da infeção em Goiás.

Mesmo com os índices cada vez menores de pessoas contaminadas, 119 moradores do estado ainda passam por cuidados médicos em alguma das unidades da rede estadual.

A informação é do site da Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO), que foi procurada pelo Portal 6 para saber a atual condição dos pacientes.

A reportagem também tentou apurar a porcentagem destas pessoas que receberam alguma dose da vacina, ou o ciclo completo de imunização. Porém, a estatística não foi computada pela pasta.

A nível municipal, o Portal 6 também conversou com as secretarias de Saúde dos três principais municípios de Goiás, a fim de conhecer a realidade de cada um.

Goiânia possui um total de 60 moradores internados em alguma unidade municipal, sendo 39 na UTI e 21 na ala de enfermaria.

Aparecida, por sua vez, conta com 65 pacientes em estado de internação. Destes, 48 estão na unidade intensiva e os outros 17 na enfermaria.

Ambos os municípios não souberam informar a porcentagem destas pessoas que recebeu alguma vacina contra a Covid-19.

A única exceção dentro deste cenário foi a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Anápolis. A pasta detalhou que, até o momento desta publicação, apenas uma pessoa se encontra alocada em um leito municipal por conta da doença.

Segundo a Semusa, o paciente já foi vacinado e se encontra bem, com sintomas leves e em constante observação pela equipe médica.

Especialistas

O Portal 6 conversou com médicos para entender a importância de se manter o registro de vacinação, especialmente durante a fase de internação.

Para o infectologista Marcelo Daher, o conhecimento do status vacinal é de suma importância dentro da conduta epidemiológica.

“Precisamos saber até que ponto a vacina está sendo eficaz e como estão sendo os resultados. É importante para o entendimento da realidade atual”, explicou.

A relevância da prática foi confirmada também pelo médico de família Luis Filipe Jacomossi , que acredita poder “focar os esforços” após ter este conhecimento nas mãos das secretarias.

“A vacinação, por si só, traz certa segurança e alívio para quem apresenta os sintomas. Ter estes dados para saber quem está vacinado ou não dentro das UTI’s é importante até para o encorajamento do processo de imunização”, defendeu.

Segundo ele, as estatísticas são essenciais para converter os desacreditados da vacina, provando, através da baixa na hospitalização e aumento nos índices de recuperação ou apresentação de apenas sintomas leves, a eficácia do processo.

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