“Privar as crianças de voltar às aulas é tirar delas uma grande chance de um futuro”, diz Marcelo Daher

Portal 6 conversou com infectologista que explicou ponto de vista e fez recomendações para pais e responsáveis

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Marcelo Daher, médico infectologista. (Foto: Arquivo/Portal 6)

O início de ano em Goiás em 2022 será marcado pelo retorno às aulas presenciais nas instituições de ensino locais, mas também pela preocupação epidemiológica que isso gera.

Isso porque a vacinação de crianças entre 05 e 11 anos está prevista para começar apenas no dia 17 de janeiro e já há uma grande pressão no sistema de saúde goiano, com surtos de Covid-19, gripe (H3N2) e dengue.

Embora o estado seja de alerta em Goiás, o médico infectologista Marcelo Daher, referência no estado, é favorável à volta das aulas presenciais.

Ao Portal 6, ele afirmou que, apesar de ter um aumento no número de diagnósticos, esse crescimento não é acompanhado da mesma forma pelo número de internações e óbitos, sendo casos mais leves no geral.

O médico também argumentou: “Por que as crianças devem ter limitações para o ensino, se o resto da população já está fazendo diversas outras atividades sem nenhuma forma de restrição?”.

“Privar essas crianças de voltar às aulas é tirar delas uma grande chance de um futuro, diminui o crescimento delas”, complementou.

Daher pontuou que decretar limitações apenas para o retorno ao ensino presencial, sem fazer o mesmo com outras atividades sociais, seria uma perda de tempo e “um grande atraso para o país”.

“Nenhum país no mundo, atualmente, proibiu volta às aulas, mesmo com a escalada de casos. Se discute a proibição de várias coisas. A restrição em escolas seria a última delas a ser discutida”.

Por outro lado, o infectologista apontou que, para que se tenha alguma forma de controle da situação pandêmica nas escolas, será necessário um acompanhamento do cenário dia após dia.

“Os pais devem avaliar as condições das escolas e dos filhos [para a volta às aulas]. Eles devem também exigir que se mantenham janelas abertas nas salas, com boa ventilação, distanciamento entre os alunos, além de orientar os filhos a usar máscaras”, recomendou.

Entretanto, o médico fez uma ressalva. No caso de crianças com comorbidades e, assim, maiores riscos de desenvolverem quadros graves, ficar em casa pode ser uma opção mais segura.

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