Empresários e instituições temem desemprego e fechamento de estabelecimentos em Goiânia

Fecomércio diz ter sido pega de surpresa e que medida foi mais enérgica que o 'combinado'

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Novo decreto passam a valer para estabelecimentos comerciais em Goiânia. (Foto: Reprodução)

Após a Prefeitura de Goiânia decretar um endurecimento nas medidas de segurança contra a Covid- 19 nesta terça-feira (18), um sentimento de preocupação começa a surgir entre o empresariado do município.

Em conversa com o Portal 6, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na seccional de Goiás (Abrasel Goiás), Danillo Ramos, explicou que o setor passa por momento apreensivo, temendo uma repetição do que aconteceu em 2020.

“Há um medo de que essas restrições sejam prolongadas ou ainda mais restritivas. Mas nosso entendimento é de que isso não deve ocorrer, já que a variante não é tão letal e a vacinação está avançando”, revelou.

O presidente da Abrasel Goiás acredita que, no primeiro momento, empregos temporários e freelancers – profissionais que prestam serviços de forma independente, sem vínculo empregatício – serão mais afetados com o decreto.

“Mas quem já tem contrato de trabalho assinado não corre risco da mesma forma. O risco de demissão só aumenta caso [as medidas] perdurem ou endureçam, o que não deve acontecer”.

De acordo com Danillo, a pandemia de Covid-19 afetou profundamente o setor de bares e restaurantes, com mais de 10 mil empregos comprometidos desde março de 2020. Além disso, 300 instalações fecharam as portas na capital goiana.

Federação do comércio 

Além dos bares e restaurantes, academias, igrejas, shoppings, teatros, zoológico e salões de belezas terão de reduzir em 50% a capacidade total permitida no local.

Ao Portal 6, o presidente da  Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi  diz que a decisão de restringir a capacidade dos estabelecimentos comerciais foi uma surpresa para a instituição. Ele também classificou a medida como “um pouco mais enérgica do que se havia combinado”.

“Na reunião que tivemos com secretários, entendemos que seria necessário atacar diretamente eventos onde havia aglomeração, especialmente com mais de mil pessoas, que não é o caso dessas outras atividades comerciais”.

“Só de fazer com que esses grandes geradores de aglomeração, onde há uma contaminação maior [sejam restringidos], já teremos o resultado que se espera”, complementou.

Marcelo Baiocchi também afirmou que os empresários terão de cumprir o decreto, mas que apoia a possibilidade de revisão dessas medidas, sem ter que esperar 14 dias ou mais para que isso seja feito.

Pequenos negócios

A gerente do salão Studio Y, Isabela Leal, explicou ao Portal 6 que a nova medida deve causar danos a estabelecimentos menores do setor, já sem suporte financeiro.

“Se eles tinham capital de giro, foi usado pra se manter nesses últimos dois anos. Se o salão não tiver uma base de clientes, acho difícil de se sustentar e infelizmente terão de fechar”, analisou.

A gerente disse que o comércio onde trabalha teve que fazer um trabalho de adaptação financeira e negociação de contas para conseguir manter a estrutura do local durante a pandemia.

 

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