“Ignorados” por decreto da Prefeitura, passageiros enfrentam ônibus lotados em Goiânia

Usuários sofrem nos horários de pico e reclamam de falta de fiscalização e medidas sanitárias

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Passageiros entram em transporte coletivo no Terminal Bandeiras, em Goiânia. (Foto: Portal 6/Gabriella Pinheiro).

O decreto de medidas restritivas publicado pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), na última terça-feira (18),  trouxe uma série de decisões para evitar aglomerações e diminuir contaminações no município.

Na prática, reduz em praticamente todos os segmentos a capacidade de público para 50%, além de outras regras. Porém, o transporte coletivo foi um ponto “ignorado” pelo documento.

Portal 6 ouviu relatos de usuários dos ônibus na capital, que afirmaram que a quantidade de passageiros continua alta todos os dias, negligenciando qualquer recomendação de biossegurança contra a Covid-19.

“Até tem avisos falando que os passageiros devem ficar todos sentados, mas não tem como. Os ônibus estão sempre lotados”, pontuou a assistente de recursos humanos Maria Clara Cornejo, de 22 anos.

A jovem precisa se deslocar todos os dias do setor Jardim Atlântico, onde mora, passar pelo terminal Bandeiras, para depois poder descer no Setor Bueno, onde trabalha.

Ela confirmou ao Portal 6 que o transporte coletivo fica cheio durante todo o trajeto, que dura aproximadamente 1h30. Maria Clara afirmou que fica sempre com medo de se contaminar indo ou voltando do trabalho.

“É impossível respeitar distanciamento social. E não é todo mundo que usa máscara. Tem sempre gente que fica sem colocar e não tem nenhum tipo de fiscalização”, complementou.

Já a gestora de mídias sociais Letícia Dias, compartilhou um receio de não apenas se contaminar, mas de também disseminar o vírus para outras pessoas.

“Eu ando sempre com duas máscaras, frasquinho de álcool gel para borrifar nas mãos, tomo muito cuidado”, listou a jovem de 24 anos.

Ela pega um caminho entre o Jardim Pompeia, próximo à UFG, até o setor Marista todos os dias para trabalhar. Ela apontou que tanto na ida, no ônibus das 7h, quanto na volta, às 17h, encontra os veículos sempre cheios.

Nas imagens feitas por Letícia no fim da tarde desta quarta-feira (19) no Terminal da Praça da Bíblia, é possível ver várias pessoas à espera do transporte e depois, já dentro do ônibus, de pé e quase sem espaço para se movimentar.

“Ignorados” por decreto da prefeitura, passageiros enfrentam ônibus lotados em Goiânia

Contudo, a jovem fez uma ressalva. “Eu vejo que tem até mais consciência nos usuários do que em outros lugares, como restaurantes, shoppings. Por exemplo, quando eu peguei Covid, foi no trabalho”, argumentou.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia questionando o que é feito para garantir a segurança dos usuários e de quem é a responsabilidade de fiscalizar a rotina nos terminais e condutas dos passageiros. Contudo, o órgão não respondeu até o fechamento da matéria.

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