“Foi humilhante”, conta médico preso por delegado que queria atendimento preferencial

Juiz que determinou a soltura também ficou revoltado e afirmou que “nada justifica no caso a condução coercitiva do profissional de saúde no momento que estava a atender o público”

Pedro Hara Pedro Hara -
Justificativa para a prisão do médico foi de exercício ilegal da medicina, além de desacato e lesão corporal. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Preso por um delegado em Cavalcante, no Norte de Goiás, no último dia 27, o médico Fábio Marlon Martins França contou em vídeo que sentiu-se humilhado.

“Eu acho que qualquer um na minha situação não aceitaria ser preso ilegalmente. Foi um excesso, um abuso, foi humilhante”, disse o profissional sobre o ocorrido.

Ele foi preso por não atender preferencialmente o delegado Alex Rodrigues, que havia testado positivo para Covid-19.

Após negar passá-lo na frente dos demais pacientes, Fábio chegou a discutir com a autoridade policial do município e minutos depois foi preso por policiais civis.

A justificativa dada foi a de que o profissional estava exercendo a medicina ilegalmente, além de cometer desacato e lesão corporal. Entretanto, o médico é habilitado para trabalhar pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal.

Na audiência de custódia realizada no dia seguinte à prisão, o juiz Fernando Oliveira Samuel, que determinou a soltura, também ficou revoltado com o ocorrido.

“Nada justifica no caso a condução coercitiva do profissional de saúde no momento que estava a atender o público”, escreveu na decisão.

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