Renan diz que não houve crime de Dilma em 2016 e reforça apoio a Lula
Durante entrevista, Calheiros também reforçou que setores do MDB já discutem o apoio a ex-presidente
O senador Renan Calheiros (AL) disse que não houve crime de responsabilidade para fundamentar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e que o MDB não apoiaria o afastamento, caso o processo ocorresse hoje.
Ele também defende apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno da disputa presidencial, caso Simone Tebet (MS) não avance até maio.
“Acho que o próprio MDB não repetiria uma circunstância daquela. Aquilo é um fato para não ser repetido jamais na história do Brasil”, disse, em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles.
Calheiros, que votou a favor do impeachment, diz que esse processo não pode se repetir. “Sinceramente, não acredito que o Senado hoje aprovaria o impeachment da presidente por crime de responsabilidade fiscal que não houve. Aquilo foi circunstância que não pode se repetir.”
Durante a entrevista, Renan Calheiros também reforçou que setores do MDB já discutem o apoio a Lula no primeiro turno, caso a campanha de Tebet não decole.
“Se ela não crescer, ela própria vai entender essa realidade. Ficamos de conversar com alguns setores do MDB, que com essa avaliação, admitem possibilidade de apoiar Lula desde o primeiro turno.”
Em janeiro, quando se reuniu com Lula em São Paulo ao lado de Renan Filho (MDB-AL), Calheiros já havia dito que a sigla poderia apoiar o ex-presidente ainda no primeiro turno.
“Tivemos uma conversa com o presidente Lula sobre democracia, institucionalidade, economia e eleição. Inclusive a última, que elegeu Bolsonaro e quebrou o Brasil. Pessoalmente, defendo que, se o MDB não tiver um candidato competitivo, é mais consequente uma aliança com Lula.”
Tebet nem pontua em pesquisa PoderData divulgada ontem. Lula aparece com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 31%. Em terceiro lugar está o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, e agora soma 9% das intenções de voto.