Por que o caso Avestruz Master ainda é um escândalo difícil de esquecer

Esquema de pirâmide financeira deixou prejuízo de R$ 1 bilhão e mais de 50 mil vítimas, a maioria de Goiás, prejudicadas

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Empresa chegou a vender cotas de 600 mil animais, sendo que não tinha nem 10% disso. (Foto: Divulgação)

Os mais jovens talvez não se lembrem, mas um dos maiores crimes de pirâmide financeira aconteceu em Goiás entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000.

A Avestruz Master, empresa que prometia aos clientes lucros exorbitantes em um curto espaço de tempo, a partir da aquisição e venda de títulos de avestruzes, foi a responsável pelo golpe.

A descoberta do esquema de pirâmide ocorreu em 2005, ano em que a companhia faliu e prejudicou mais de 50 mil pessoas, dando prejuízo de mais de R$ 1 bilhão. Só em Goiás, cerca de 30 mil clientes foram afetados pelo esquema.

O “negócio” funcionava de seguinte forma: os donos vendiam um contrato de compra da ave e se comprometiam a compra-lo de volta quando chegasse o momento de venda para o abate.

Foi uma clara pirâmide financeira, como qualificou o Ministério Publico Federal (MPF) à época.

Tanto é que o órgão descobriu que a Avestruz Master possuía apenas de 38 mil aves, mas havia vendido cotas para 6oo mil animais. Em 2005, a empresa faliu e um dos proprietários chegou a fugir para o Paraguai.

A condenação saiu em 2010 e três pessoas foram indiciadas pela Justiça Federal. Jerson Maciel da Silva Júnior, ex-diretor Comercial, e Patrícia Áurea da Silva Maciel, ex-diretora financeira, pegaram 06 anos de prisão. Já Emerson Ramos Correa, gestor da empresa, recebeu pena de 05 anos de prisão. Os três também foram condenados a pagarem multa.

Após diversos recursos, os acusados enfim oram presos em 2019, mas atualmente cumprem as penas em regime semiaberto.

A fraude prejudicou a vida de milhares de pessoas, sobretudo de goianos, e até hoje não houve ressarcimento completo aos investidores.

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