Em evento, presidenciáveis se comprometem com agenda da educação
Encontro Educação Já 2022, promovido pela ONG Todos Pela Educação, reuniu em São Paulo lideranças políticas de diferentes espectros do campo ideológico para debater o ensino básico no Brasil
(FOLHAPRESS) – Em evento nesta terça-feira (26), cinco dos seis presidenciáveis que apresentam maior intenção de votos nas pesquisas eleitorais se comprometeram com ações para recuperar a educação do país. Apenas o presidente Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou.
O encontro Educação Já 2022, promovido pela ONG Todos Pela Educação, reuniu em São Paulo lideranças políticas de diferentes espectros do campo ideológico para debater o ensino básico no Brasil.
Segundo a ONG, foram convidados a participar todos os pré-candidatos que obtiveram pontuação acima de 1% em ao menos três pesquisas independentes registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Bolsonaro foi o único a não responder ao convite.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece como o primeiro colocado nas intenções de voto das últimas pesquisas Datafolha, enviou uma carta que foi lida por Aloizio Mercadante, seu ex-ministro.
Na carta, Lula promete reconstruir ações e programas criados nos governos petistas, como Pnaic (Programa Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), Ciências sem Fronteiras, Prouni, Fies, entre outros.
“Tudo o que foi destruído ou abandonado nesses últimos anos precisa ser recuperado com urgência”, disse Mercadante.
Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice de Lula, também esteve no evento e destacou que ter educação como prioridade é garantir o orçamento necessário para a área. “Estamos vendo pelo quinto ano consecutivo a diminuição de recursos para a educação no país. Prioridade sem orçamento é discurso”, afirmou.
Em vídeo, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) disse que sua proposta para a área é implementar ações que deram certo em seu estado, o Ceará, colocando-o entre os que apresentam melhores resultados educacionais nas avaliações nacionais.
“Nenhuma nação se desenvolve sem educação, começando pela educação infantil. Que foi o que fizemos no Ceará, com as creches em tempo integral e a alfabetização no tempo certo.”
O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) disse ser “dever de todo presidente trabalhar por mais recursos para a educação básica, assim como para os demais níveis educacionais”. Ele ainda citou programas de sua gestão como práticas bem-sucedidas, como a expansão das escolas de tempo integral.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também participou em vídeo e disse que seu compromisso é colocar crianças e adolescentes como prioridade no orçamento nacional e “parar com essa bobagem de dizer que educação básica não é responsabilidade da União”. Ela defendeu ainda acabar com os cursos de pedagogia na modalidade a distância.
O pré-candidato Felipe d’Avila (Novo) disse que em um futuro plano de governo colocaria como meta ter o Brasil entre os 20 países com melhor desempenho no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Para ele, isso seria possível através de melhorias na carreira docente e atrelando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a resultados educacionais.
André Janones (Avante) elencou quatro ações para a área: melhorar a carreira docente, implementar mudanças para ampliar o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), aprimorar a estrutura física das escolas e ter um educador como ministro da Educação.
Também estiveram presentes no evento os ex-ministros Gilberto Kassab (PSD), Marina Silva (Rede), além de governadores, deputados federais e secretário estaduais de Educação.