É desesperadora a situação de alunos que estão há quase um mês sem estudar em Goiânia

SME promete resolver a situação e apresenta data, mas por enquanto a agonia de pais permanecem a mesma

Emilly Viana Emilly Viana -
Moradores pediram à Prefeitura, em abaixo-assinado, a retomada do serviço. (Foto: Divulgação / SME)

A falta de transporte escolar para atender estudantes da zona rural de Goiânia já dura quase um mês. O problema, que tem prejudicado a frequência destes alunos na rede de ensino municipal, também afeta crianças e adolescentes de alguns bairros da capital que não possuem outros meios de locomoção.

Moradores do Jardim Goiás chegaram a encaminhar um abaixo-assinado ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), pedindo a retomada do serviço.

O documento conta com 64 assinaturas de pais e responsáveis. Eles exigem transporte para 50 alunos da Escola Municipal Barbara de Souza Morais, no Jardim Novo Mundo, e 27 para Escola Municipal João Clarimundo de Oliveira, no Setor Água Branca.

Mãe de duas crianças que estudam nestas unidades, Ivia Souza conta que está sendo difícil levar e estimular os pequenos a comparecerem às aulas. “Não é uma situação fácil, pois não tem escolas próximas no nosso setor e as crianças cansam muito rápido pelo trajeto ser longo para ser feito a pé. A mais nova, inclusive, tem cinco anos”, relata.

O líder comunitário Miguel Veloso denuncia a mesma situação nos setores Madre Germana 2 e Santa Fé, região Sudoeste de Goiânia. Ele conta que as crianças dependem dos ônibus porque não há escolas no bairro. Uma unidade está sendo construída no Madre Germana 2, porém as obras ainda estão pela metade.

“É uma situação muito triste porque os alunos já foram prejudicados com dois anos de pandemia e quando retornam vem essa crise, dificultando também para os pais que precisam trabalhar”, lamenta.

Questionada pelo Portal 6, a Secretaria Municipal de Educação (SME) alegou que o serviço foi temporariamente suspenso em virtude da falta de interesse da empresa em prorrogar o contrato, o que motivou, inclusive, a judicialização do caso.

O acordo entre a Prefeitura e a Ita Empresa de Transporte Ltda foi firmado em maio de 2016 com valor que supera R$ 11 milhões. Inicialmente, o contrato seria encerrado em janeiro deste ano, mas foi prorrogado até o dia 11 de maio.

Segundo a pasta, uma nova empresa está sendo contratada, em caráter emergencial, para o atendimento das rotas em questão. A previsão é de que o serviço seja reestabelecido até a próxima quarta-feira (08).

Em pauta na Câmara

Na última sexta-feira (03), o vereador Mauro Rubem (PT) protocolou no Ministério Público Estadual (MP-GO) representação contra o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e o secretário de Educação, Wellington Bessa, em razão da falta de transporte escolar.

“A prefeitura disse que ia resolver o problema na última semana e não resolveu, por isso estamos agindo inclusive junto ao Tribunal de Contas do Município”, afirma o parlamentar.

No documento, ele ressalta a urgência para retorno do serviço e lembra que o transporte é direito social previsto nos artigos 6º e 205 da Constituição Federal, reafirmado pelo artigo 57 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “A avaliação que eu tenho é que a prioridade está em outros projetos em vez de cobrir os serviços básicos”, analisa Mauro Rubem.

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