Anápolis registra mais de 2 mil acidentes de trânsito neste ano, mas número é subestimado

Delegado explica que nem todas as intercorrências são registradas e isso prejudica ações

Lucas Tavares Lucas Tavares -
Acidente na Avenida Patrícia, no Adriana Parque, região Norte de Anápolis. (Foto: Divulgação)

Anápolis já registrou mais de 2.214 acidentes de trânsito em 2022. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

Apesar de altos, porém, os números são defasados em relação à realidade. Isso porque eles não levam em conta vítimas que faleceram no hospital, após a colisão ou por circunstâncias relacionadas às infrações.

Um dos exemplos que comprovam essa condição é que, informações da Polícia Civil repassadas ao Portal 6, em 27 de maio, mostravam que 52 pessoas já tinham morrido em acidentes na cidade. Já o site da SSP-GO mostra que foram 40.

De acordo com o titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), Manoel Vanderic, isso é prejudicial para o combate às infrações de trânsito.

“Essa defasagem faz com os crimes não tenham a devida atenção pelas autoridades, gestores de segurança e saúde pública. Se relativiza a gravidade da situação. Hoje o trânsito é a maior causa de morte da população jovem”, afirmou.

“É também a maior causa de invalidez permanente da população em geral, o segundo crime que mais causa prejuízo para o erário público, a maior causa de internação e ocupação de leitos de UTI no país. É muito sério e, ainda assim, não se tem a real dimensão por conta dessa defasagem”, acrescentou.

O delegado revelou também que várias pessoas são vítimas de situações irregulares no trânsito e muitas acabam não sendo consideradas pelas autoridades.

“O número de acidentes é muito maior. Grande parte sequer registra. Acontece à noite, de madrugada. A maioria na zona rural ou na periferia da rodovia. Não se toma conhecimento. Muita gente acaba falando que não vai dar em nada, é muito burocrático e deixa pra lá”.

Vanderic ainda afirma que existe um termo chamado de “cifra negra”, que aponta a diferença entre as ocorrências e os crimes e que, segundo ele, é no trânsito onde isso mais ocorre.

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