Lula não quis falar em filme sobre a Lava Jato para não influenciá-lo

Ex-presidente explicou o motivo durante um jantar que reuniu empresários e juristas, no domingo (26), em São Paulo

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O ex-presidente Lula (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

(FOLHAPRESS) – A cineasta Maria Augusta Ramos foi homenageada durante um jantar que reuniu empresários, juristas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo (26), em São Paulo. A diretora sentou-se à mesa com o petista e foi agraciada com flores por seu trabalho no documentário “Amigo Secreto”, sobre a Operação Lava Jato.

Segundo interlocutores, Lula aproveitou a ocasião para explicar o motivo de não ter concedido entrevista ao longa: seu objetivo era “não influenciar” a produção para que a cineasta pudesse fazer “um trabalho isento”. Ele ainda teria dito que tem ouvido elogios de todas as partes e que assistiria ao documentário no próximo fim de semana.

O ex-presidente, Sergio Moro (União Brasil) e o lawfare (uso da lei para perseguição política) estão no centro de “Amigo Secreto”. Ela conta a história a partir do trabalho de jornalistas que, por meio de mensagens vazadas de procuradores, expuseram a proximidade entre os membros da força-tarefa e o então juiz. A série de reportagens ficou conhecida como “escândalo da Vaza Jato”.

O filme tem entre seus patrocinadores o grupo Prerrogativas, coordenado pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, que ofereceu o jantar de domingo com o apoio de profissionais autônomos.

O encontro, que teve início às 19h e se estendeu até a meia-noite, contou com um rígido protocolo de segurança em que todos os convidados deveriam entregar seus celulares já na entrada. Na sequência, todos passaram por um detector de metais e receberam um broche em que estava gravada a imagem de Lula mascando chiclete.

O ex-presidente e seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), cumprimentaram todos os cerca de 200 convidados presentes. Pré-candidato ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) fez o mesmo.

Estiveram presentes lideranças petistas como o ex-ministro Aloizio Mercadante, o ex-governador do Piauí Wellington Dias, o deputado federal Rui Falcão (SP), o deputado estadual por São Paulo Emidio de Souza, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, a tesoureira do PT, Gleide Andrade, e o ex-presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto.

Lula chegou a visitar a cozinha do local, que serviu pratos como filé mignon, massa a base de beterraba e peixe ao limão siciliano, e causou comoção entre os funcionários.

O evento arrecadou cerca de R$ 3 milhões para o PT, segundo seus organizadores. Os recursos serão destinados integralmente à legenda, que hoje arca com despesas das pré-campanhas de Lula e de pré-candidatos petistas nos estados brasileiros.

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