Demissão de professor do Colégio Visão vai parar no Ministério Público

Sinpro também orientou Osvaldo Machado a entrar na Justiça contra a unidade e o youtuber Gustavo Gayer

Emilly Viana Emilly Viana -
Educador foi demitido após trabalhar seis anos para o Colégio (Foto: Reprodução / Google Street View)

O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro-GO) entrará com representação no Ministério Público (MP) e Ministério Público do Trabalho (MPT) para que seja investigado o caso do professor Osvaldo Machado, que foi demitido pelo Colégio Visão, em Goiânia, após críticas ao conteúdo de uma atividade ministrada por ele. A informação é do presidente licenciado do Sinpro, Railton Nascimento.

Na ação, tanto a escola quanto o youtuber e pré-candidato a deputado federal por Goiás, Gustavo Gayer (PL), que criticou o exercício nas redes sociais alegando que o educador estaria fazendo “doutrinação”, podem ser afetados.

Ao Portal 6, Railton Nascimento afirmou que o profissional dispensado também foi orientado a tomar as medidas cabíveis em âmbito individual. “Conversamos com o professor Osvaldo e orientamos que ele poderia entrar com ação. Ele estuda entrar com ação, mas está muito abalado e em sofrimento devido também à exposição no momento”, afirmou.

Professor de Filosofia há 25 anos, o representante do Sinpro considerou absurda a demissão. “Primeiro tem o fato deste blogueiro, que não tem autoridade científica nenhuma para tratar sobre o assunto, questionar algo que está dentro da matriz curricular da disciplina. E segundo é o colégio abraçar esse retrocesso, e demitir sem mais nem menos”, critica.

Para ele, ao publicar o vídeo, Gayer queria se autopromover na onda de apoiadores do projeto “Escola sem partido”, que foi arquivado em 2018 no Congresso Federal. Desde a repercussão da proposta, o professor relata que tem sido comum professores sofrerem pressão por conteúdo de atividades pedagógicas.

“A sociedade precisa confiar mais nos professores, que têm uma sólida formação por trás. Muitos, munidos de desinformação e preconceito, podem acabar contribuindo com essa grave perseguição ideológica”, alerta.

Alunos protestam

Alunos do Colégio Visão, em Goiânia, fizeram uma manifestação nos corredores da instituição de ensino contra a demissão do professor de sociologia, que trabalhava há seis anos na unidade.

Logo após a desligamento, estudantes se mobilizaram e, aos gritos, pediram que Osvaldo Machado fosse recontratado. Mensagens com os dizeres “vai censurar mais quantos?” e “sociologia não é ideologia política” foram afixadas nas paredes da escola.

Em nota, a instituição afirmou que “possui um Código de Conduta que veda manifestações políticas, partidárias ou ideológicas em ambiente escolar”.

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