Censo 2022 pode trazer mais recursos a Anápolis e auxiliar políticas públicas

Depois de dois anos de atraso, levantamento vai atualizar retrato da população e impacta na distribuição de verbas ao município

Isabella Valverde Isabella Valverde -
(Foto: Divulgação/IBGE)

De recursos a políticas públicas mais assertivas, o Censo 2022 deve direcionar melhor os planos da gestão em Anápolis em setores estratégicos para a sociedade, como saúde, educação e até ações sociais.

O município vê os dados defasados depois de dois anos de atraso do recenseamento, que começou em todo o país na segunda-feira (01).

O secretário municipal de Indústria, Comércio, Inovação, Trabalho, Turismo e Agricultura, Alex Martins, diz que “não tem como produzir política pública sem ter dados”.

“Então, a ideia do Censo Demográfico é a possibilidade de colher informações importantíssimas para os municípios, para o estado e Governo Federal produzirem políticas públicas eficazes”, destacou.

Eerizania Freitas, que acumula as pastas de Educação e Integração Social, também concorda que a desatualização “impacta diretamente nas políticas sociais”.

Diversos recursos para o setor educacional são repassados pela União com base nos dados do censo. Não há estimativa de quanto pode ser injetado nos cofres da Prefeitura de Anápolis, mas se sabe que a atualização das estatísticas trará norte às medidas desenvolvidas em todos os setores da administração.

“Seja pela necessidade de implantação de novos programas e serviços visando à proteção social da população, ou ainda, na contrapartida do Governo Federal, que estabelece os números do censo para o repasse de recursos”, disse Eerizania.

Precisão na saúde

O secretário de Saúde, Júlio César Spíndola, destacou que primeiramente é preciso levar em conta que essa pesquisa permite chegar ao número exato de moradores do município, e com isso, abre as portas para que a quantidade correta de recursos seja destinada para atender tal demanda.

O secretário também comentou que os dados também permitem identificar as necessidades, relacionadas à saúde, de cada indivíduo.

“O censo gera o conhecimento do número de pessoas com determinados tipos de aferições, como hipertensão e diabetes. Então, ele traz informações muito específicas a respeito da saúde da população”, afirmou.

Identificar a pirâmide etária municipal, de acordo com Spíndola, também otimiza o trabalho da pasta. Para o próximo prefeito, o censo dará, reforça, diretrizes mais consistentes para atualização do Plano Municipal de Saúde.

Inovação

Alex Martins também elenca a inovação como uma das áreas beneficiadas com o Censo 2022. O secretário acredita que haverá mais embasamento técnico para se alimentar o setor na cidade.

A ideia é atrair empresas, sobretudo do setor tecnológico, uma vez que o estudo deve apontar um crescimento demográfico maior que a estimativa do IBGE presume.

“A área de inovação poderia ser melhor alimentada. Não dá para entender uma cidade que cresce e necessita de novos empreendimentos, novas empresas. Elas vêm para cá a todo momento, apresentam uma nova demanda, uma nova dificuldade e a gente não tem essa conversa direta com o setor, por exemplo acadêmico, para tentar corrigir essas necessidades”, apontou.

Dinheiro em caixa

O economista Márcio Dourado aponta que o município pode ter mais dinheiro em caixa via transferência de recursos a partir dos resultados mostrados no recenseamento.

“Há um direcionamento na destinação de recursos, distribuição de verbas e ações de governo”, explicou.

“A realização do censo pode trazer mudanças como um maior ou menor volume de recursos de transferência via fundos constitucionais, uma redistribuição dos recursos destinados à saúde, educação, assistência social e outras políticas públicas de Estado, em que os recursos são distribuídos proporcionalmente à população”, completou.

A previsão é de que, até o início de novembro, os recenseadores possam visitar todos os milhares de  municípios distribuídos pelo país, incluindo também as  aldeias indígenas e os territórios quilombolas.

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