Esquerda sofre na disputa para o Governo de Goiás e analistas apontam o porquê

Espectro político tem quatro candidatos, mas nenhum ainda emplacou nas pesquisas

Yago Sales Yago Sales -
Cíntia Dias, Professor Pantaleão, Wolmir Amado e Helga Martins. (Foto: Reprodução)

Das oito candidaturas ao governo de Goiás, apenas quatro são de partidos declaradamente de esquerda.

São elas: Cintia Dias (PSOL), Helga Martins (PCB), Professor Pantaleão (UP) e Wolmir Amado (PT).

Na última pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas, o pódio permanece entre três candidatos da direita.

Ruralista, Ronaldo Caiado (UB), permanece favorito à reeleição com 46,1% das intenções de voto.

Evangélico, que já declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Gustavo Mendanha (Patriota) ocupa o segundo, com 24,9%.

Bolsonarista, o Major Vitor Hugo (PL) tem 9% das intenções de voto e se garante no terceiro lugar à disputa pelo Palácio das Esmeraldas.

O quarteto de candidaturas da esquerda, no entanto, não pontuam 3% das intenções de votos do eleitorado goiano.

Os cientistas políticos Jones Matos, Ludmila Rosa e Luiz Signates concordam em um ponto crucial: essas candidaturas não deslancham por causa do perfil conservador dos candidatos e do eleitorado.

“A única possibilidade de crescimento [do PT] será a associar o Wolmir Amado ao candidato Lula . Assim como irá fazer o Vitor Hugo com a sua imagem ao Bolsonaro”, resume Jones Matos.

A cientista política Ludmila Rosa lembra que o fato de Lula não estar tão mal nas intenções de voto surpreende em um estado conservador.

“Notadamente pode ter faltado senso de realidade, habilidade pra ampliar as articulações, inclusive para sair do território dos partidos de centro esquerda e esquerda”.

Para ela, a chapa do PT não traz novidade. “A federacao – PT, PCdoB e PV – conseguiu trazer o PSB”. E o PCB, PSOL e União Popular formaram chapas puras.

“Essas forças sequer convergiram em um projeto só. Quem dirá ampliar para outros segmentos que dialogam com outras agendas”.

Ela destaca que Lula tem acima se 30% e teria chances em um projeto em Goiás. “Não é um número irrisório. Inegavelmente a gente não escapa de perceber que os agentes envolvidos nessa articulação ou foram muito intransigentes em termos de união ou mais pensavam em projetos de partidos ao invés de pensarem no campo progressista”.

Também pesquisador, estudioso de Ciência Política e professor universitário, Luiz Signates traz uma interpretação sobre os partidos menores.

“No caso do PSOL e do PSTU, restrições ideológicas, sobretudo [afastam o eleitorado]. São partidos que exigem certos modos de pensar bem restritos, para a filiação, daí as possibilidades eleitorais se restringem também por não terem figuras com notoriedade”, explica.

Signates aponta que o próprio Lula sacrificou petistas regionais em prol da governabilidade nos governos do PT. “Não me parece que isso vá mudar a curto prazo”, prevê.

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