Após 85 anos, família anapolina descobre a existência de um novo irmão nunca imaginado

"Mesmo sem ter visto ele, sem ter outros contatos, eu já sabia que realmente ele era o nosso irmão", relatou emocionada uma das irmãs

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Família anapolina descobriu a existência de um novo irmão após 85 anos. (Foto: Portal 6/Isabella Valverde)

1.353 km de distância entre o Rio de Janeiro e Anápolis, além de 85 anos sem ter notícias do pai, separaram uma família descoberta ao acaso por meio de uma publicação realizada nas redes sociais.

Em uma história que mais se parece com um roteiro cinematográfico, Gilberto Cortêz de Oliveira, aos 85 anos, foi incentivado pelo marido de uma das netas a buscar informações do genitor.

Com esse incentivo, se uniram e jogaram o nome de Artemídoro Alves de Oliveira no Google, onde encontraram rapidamente um vídeo publicado no YouTube em homenagem ao centenário daquele que foi a vida toda mais conhecido como Jarbas de Oliveira.

A partir de então, Gilberto decidiu entrar em contato com Jeane Oliveira, que havia realizado a publicação da homenagem.

Já na primeira mensagem que trocaram por e-mail, ele se apresentou como um irmão, que até então ela e nem os outros familiares sabiam que tinham.

Logo que mudaram o meio de comunicação para o WhatsApp, pela foto de perfil de Gilberto, Jeane teve a certeza do parentesco, já que ele era bastante semelhante ao pai.

15 dias após o primeiro contato, o irmão decidiu arrumar as malas e vir até Anápolis para conhecer a família perdida, em um encontro marcado por emoção de todos os lados.

Jarleo de Oliveira descreve que cada momento foi único e que pode até mesmo ser divido em fases, cada etapa desta nova relação.

“É surpreendente a primeiro momento, quando a gente descobriu a existência de um irmão que a gente não imaginava nunca que existisse. O segundo momento já foi de efetividade, de completa identificação”, relatou.

“Então, quando você pensa uma pessoa que apareceu e que se diz filho do seu pai, logo você pensa em fazer DNA. Porém, ao encontrar com o Gilberto, essa coisa caiu por terra, porque ele é a cara do meu pai, é a cara de nós todos. Não só em um aspecto meramente físico, como até mesmo na questão comportamental e de se vestir”, completou.

Jarleo finaliza dizendo que “a gente se conheceu e se encontrou em um espaço de tempo muito curto, mas foi o suficiente para a gente falar “somos uma família””.

Para Janice de Oliveira, o amor por este novo irmão começou desde a primeira conversa que tiveram pelo WhatsApp e  para ela, “depois que a gente se viu esse amor cresceu ainda mais”.

Também bastante emocionada, Nilza Nascimento contou que em um primeiro momento acreditou que fosse apenas conversa, mas recebeu uma enorme surpresa assim que o viu.

“Quando você fica sabendo, você fica meio assim, “ah, conversa, não é possível?”. Mas, no momento em que eu abri o portão, o vi e ele me abraçou, o mesmo abraço que o meu pai me dava, o mesmo cheiro na cabeça, foi como se o meu pai tivesse se materializado ali naquele momento, foi lindo demais”, afirmou enquanto enxugava as lágrimas.

Gilberto destaca que nunca imaginava que tudo isso fosse acontecer, que chaga até mesmo a ser algo espiritual, que tinha que acontecer.

“Para mim, esse encontro foi uma coisa espiritual, uma coisa que eu jamais imaginava, jamais esperava. Eu achei que seria algo difícil, porque ninguém se conhecia, ninguém sabia a história de ninguém. Que história era essa que a gente ia trazer? Talvez uma história que pudesse abrir uma ferida já cicatrizada”, pontuou.

“Essa dúvida ficou martelando na minha cabeça até que eu conversei com a Jeane e eu senti a gente tinha coisas muito semelhantes e só podia ser algo genético”, completou.

Jeane, a primeira da família a descobrir desse novo irmão, destaca que desde o primeiro momento já tinha certeza de que ele realmente fazia parte da família.

“Mesmo sem ter visto ele, sem ter outros contatos, eu já sabia que realmente ele era o nosso irmão. Isso foi já no primeiro contato, mesmo por e-mail, eu já senti que ele era sim da família”, reforçou emocionada.

“No primeiro encontro pessoalmente eu confirmei a certeza de que ele realmente era filho do meu pai, de que ele era o nosso irmão. Não só por parecer em todos os sentidos, mas porque eu senti no meu coração que ele é o nosso irmão”, completou.

Desde então, o Rio de Janeiro e Anápolis nunca esteve tão próximo. A conexão mesmo após tantos anos foi tão forte, que a família tem em si a certeza de que não é preciso nem um exame de DNA para confirmar o que o coração já disse ser real.

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