Etanol pode ficar mais caro e perder competitividade em Goiás

Presidente do Sifaeg detalha ao Portal 6 o que está afetando a indústria alcooleira e as consequências para os próximos meses

Emilly Viana Emilly Viana -
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A competitividade do etanol sobre a gasolina em Goiás pode estar com os dias contados. Além do aumento nos custos de produção e perdas na safra deste ano, um terceiro fator está tornando a cadeia insustentável. É o que afirma o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg), André Rocha.

Ao Portal 6, o representante diz que a redução nos impostos da gasolina afetou drasticamente o setor. “Medidas econômicas e projetos nacionais têm dado uma competitividade extra para o combustível, mas não para o etanol. É esse desafio que estamos enfrentando na segunda metade da safra”, conta.

Em Goiás, segundo o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o biocombustível está com paridade de 65,2% ante a gasolina, ou seja, ainda segue favorável. Em todo o país, o etanol só se mantém vantajoso em outros três estados: Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.

O presidente do Sifaeg cobra ações do poder público voltadas à cadeia. “Nós precisamos que o Governo Federal e o Estadual possam estimular políticas públicas para estimular o combustível limpo e renovável”, reivindica.

Diante do atual cenário, o futuro é incerto. “Nós temos que observar vários fatores, sobretudo o comportamento do câmbio e do barril de petróleo. Mas se aumentar muito a demanda, pode ter acréscimo no preço”, projeta.

Outros problemas

A maioria das dificuldades do segmento foram acumuladas ao longo do tempo, segundo André Rocha. “Há muitos anos nós não vemos investimento em novas usinas. A safra tem sido praticamente a mesma em 10 anos, assim como a produtividade. Neste ano, ainda tivemos um cenário atípico, de redução”, revela.

Os custos de produção também têm pesado cada vez mais no bolso dos produtores. “Tivemos um aumento muito grande na mão de obra, no diesel, que não teve reduções como os outros combustíveis, e no arrendo de terra. A alta de fertilizantes em função da Guerra da Ucrânia também é uma realidade, assim como na indústria de ferro”, cita.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade
PublicidadePublicidade