Bloqueios milionários deixam universidade e institutos federais de Goiás sem dinheiro para pagar contas básicas

Maior afetada pelo contingenciamento, a UFG precisa do valor cortado para pagar despesas de energia elétrica, água e segurança

Emilly Viana Emilly Viana -
Fachada da Universidade Federal de Goiás (UFG). (Foto: Divulgação)

Com o bloqueio do R$ 11,7 milhões no orçamento, instituições federais de ensino de Goiás afirmam não ter condições de manter contas básicas até o final do ano. O corte, realizado pelo Governo Federal na última sexta-feira (27), corresponde a 14,5% da verba de universidades e institutos federais em todo o país.

Só na Universidade Federal de Goiás (UFG) o rombo foi de R$ 5,8 milhões. Os valores seriam voltados para despesas de custeio e investimento. Embora não afete o pagamento dos professores e a assistência aos alunos, a partir de agora a instituição não consegue pagar os fornecedores de água, luz, limpeza, segurança, manutenção predial, de material para laboratórios e almoxarifados.

Em entrevista à Rádio Universitária, a reitora da UFG, Angelita Lima, disse que a verba era o que assegurava o funcionamento pleno da universidade. “Mantém os laboratórios, as salas. Não temos recursos para arrumar o telhado quando chove, para atender demandas do Corpo de Bombeiros em relação a prevenção de incêndios, para uma série de coisas”, enumera.

O valor contingenciado se junta aos R$ 7,8 milhões cortados em junho na UFG e comprometem 20% no orçamento de custeio da universidade deste ano. Mesmo que o corte seja revertido, a reitora da instituição teme a interrupção dos processos de licitação referentes a outubro, novembro e dezembro.

No Instituto Federal Goiano (IF Goiano), o bloqueio foi de R$ 3,2 milhões. O instituto divulgou, em nota, que pretende realizar reorganização orçamentária para manter a continuidade das atividades “dentro das possibilidades atuais”. A prioridade, segundo o IF Goiano, é manter funcionamento integral da instituição e das políticas afirmativas.

Já o Instituto Federal Goiano (IFG) teve R$ 2,7 milhões bloqueados pelo MEC. Pelas redes sociais, a instituição informou que, diante deste cenário, o “IFG encontra-se em uma situação em que é difícil honrar os compromissos financeiros já assumidos e as despesas necessárias ao seu funcionamento básico”.

Na IFG, além das contas básicas, serão afetadas ações de ensino, pesquisa, extensão e de assistência social. Este último implica no pagamento de bolsas e auxílios aos estudantes, como alimentação e moradia, além do funcionamento de restaurantes universitários.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade