Anápolis é refúgio para imigrantes que fugiram de pobreza, guerra e fome

Nacionais do Haiti, Venezuela e Senegal são os mais comuns e enfrentam cenário de desafio na cidade

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Grupo de venezuelanos que reside em Anápolis. (Foto: Bruna Ariadne/Portal 6)

Pelas ruas e comércios de Anápolis nota-se, há vários anos, a presença de imigrantes. A maioria deles vem de países da América Latina ou Caribe, como Venezuela ou Haiti, em busca de melhores condições de vida.

O fluxo migratório em território anapolino reflete uma tendência que se viu no Brasil na última década. O relatório de 2021 do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) apontou que, ao final da década de 2010, período que engloba entre 2011 a 2020, estima-se que o Brasil tenha oferecido abrigo para cerca de 1,3 milhões de imigrantes, vindos dos mais variados países.

Ao Portal 6, a coordenadora do curso de Relações Internacionais da UniEVANGÉLICA, Mariana Rezende Maranhão, explicou que os principais grupos de estrangeiros  em Anápolis são os haitianos, venezuelanos e senegaleses.

A especialista explica que esse movimento imigratório que vem ocorrendo é motivado principalmente por crises internas que ocorrem nos países, o que faz com que muitos decidam buscar uma nova vida em um outro país.

“Os haitianos, logo após o terremoto ocorrido em 2010, vieram para o Brasil em busca de melhores condições de vida, por isso foram acolhidos como ajuda humanitária”, afirmou

“Já os venezuelanos, especialmente depois de 2015, quando a crise econômica se agravou no país e as violações de Direitos Humanos se iniciaram, buscaram refúgio no Brasil na tentativa de sobrevivência. Já os senegaleses são uma imigração econômica, em busca de trabalho e melhores condições de vida”, completou.

Com uma realidade próxima da que é percebida na cidade, o relatório da OBMigra revelou que os venezuelanos se destacam como a principal nacionalidade amparada pelo país,  representando 95 % dos amparos temporários oferecidos, seguida pelos haitianos que registram 67%.

O sonho de uma vida melhor, contudo, esbarra na dificuldade de se integrar à sociedade, pela cultura, idioma e rotina.

“As principais dificuldades estão na questão da linguagem, pois não falam português, além dos hábitos alimentares, especialmente se observarmos que muitos dos venezuelanos que estão em Anápolis são Indígenas, da etnia warao. Alguns também tem dificuldade na empregabilidade formal”, apontou a especialista.

Entretanto, para tentar minimizar um pouco estes impactos, a Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria Municipal de Integração Social, Esporte e Cultura, insere estas pessoas no Cadastro Único do Governo Federal, para que possam ter acesso aos programas sociais como o Auxílio Brasil.

Além disso, a pasta também afirma encaminhar os imigrantes para emissão da documentação necessária para regularização no país e contribui para a integração destes no mercado de trabalho.

Por outro lado, em entrevista concedida ao Portal 6 e veiculada no dia 06 de setembro, um grupo de imigrantes venezuelanos que vivem na cidade negou que a Prefeitura forneça qualquer suporte.

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