“É importante, mas é insuficiente”, diz Fabrício Rosa sobre cartilha contra LGBTfobia

Publicação do Governo de Goiás traz informações sobre tipos de violência, canais de denúncias e como reunir provas documentais

Emilly Viana Emilly Viana -
Casal de mãos dadas, com bandeira LGBTQIA+ ao fundo. (Foto: UEG)

Lançada na segunda-feira (07), a cartilha “Será que fui vítima de LGBTfobia?” já está disponível em plataforma do Governo Estadual. O documento, elaborado pelo Comitê de Enfrentamento à LGBTfobia de Goiás (Comeelg), informa sobre os tipos de violência, canais de denúncias e orientações sobre como reunir provas documentais.

Ativista do movimento LGBTQIA+, o policial rodoviário federal Fabrício Rosa avalia que a cartilha é fundamental. “A cartilha é concisa, clara e objetiva. Traz informações relevantes, além de ajudar a pessoa a conhecer direitos e denunciar as violências”, avalia.

Contudo, para Fabrício, que é professor e doutorando em Direitos Humanos, este instrumento sozinho não promoverá o avanço necessário para esta população vulnerável. “A cartilha é importante, mas é insuficiente. O estado de Goiás deve promover uma educação, sobretudo, para que esses casos não aconteçam”, argumenta.

A maior falha do estado, segundo o estudioso, é não abordar os temas da sexualidade, orientação sexual e identidade de gênero nas escolas. “No ensino fundamental e especialmente ensino médio, que é obrigação do governo de Goiás”, aponta.

Para ele, o Governo também erra ao não encampar projetos de lei para uma educação mais inclusiva na Assembleia Legislativa ou encontrar projetos no próprio Poder Executivo para tal. “É preciso estar na formação servidores públicos, especialmente policiais, bombeiros e servidores do judiciário que lidam cotidianamente com a população LGBTQA, que reclama cotidianamente por passar por processo de revitimização”, descreve.

A falta de estrutura também é um gargalo a ser superado. “A cartilha foi feita pelo Comeelg, que precisa de mais estrutura. Não tem servidores próprios, não tem braços com psicólogos para atender a população LGBTQIA+, psiquiatras e apoio jurídico. É preciso investir mais nesse comitê, que é muito desvalorizado”, afirma.

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