Diabéticos sofrem com dificuldade de acesso a insumos em Anápolis

Grupo relata problemas constantes de abastecimento. Prefeitura diz que estoque foi regularizado

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Henrique, de apenas 10 anos, é um dos diversos anapolinos que convivem com a diabetes. (Foto: Arquivo Pessoal/Hebert Melo)

Esta segunda-feira (14) marca a luta contra o diabetes em todo o mundo. Em Anápolis, pessoas que convivem com a doença ainda sofrem em busca dos cuidados básicos necessários. Há dificuldades, conforme relatam, para o acesso dos insumos para o tratamento da doença.

Em agosto deste ano, o representante do Grupo de Diabetes de Anápolis, Hebert Melo, chegou a procurar pelo Portal 6 em busca de ajuda para solucionar estes problemas. No entanto, mesmo após três meses, o grupo segue no escuro sem uma solução.

“As faltas de insulinas e fitas estão constante por parte da Prefeitura. Desde aquela última reportagem, não evoluíram em nada”, afirmou.

Ao que se sabe, apenas as pessoas que fazem uso de medicação oral, insulina, que participam do grupo, ou até mesmo que pegam medicamentos nas Farmácias Populares e Prefeitura, já soma cerca de 3 mil pacientes. Isso sem levar em consideração pessoas que sofrem com diabetes gestacional, ou causada como uma sequela da Covid-19.

Pai do pequeno Henrique, de apenas 10 anos, que assim como milhares de outras crianças e adultos também precisa lidar diariamente com a enfermidade, Hebert relata a dor para lidar com todas estas complicações que cercam o tratamento da doença na cidade.

“A insulina é primordial para quem tem diabetes tipo 1, conseguir sobreviver. Na falta dela outras complicações surgem. Eu tento não passar para meu filho os problemas da falta de insulinas de modo a não preocupa-lo também. Eu e minha esposa sempre o encorajamos a ter o diabetes não como um problema, mas seguir um estilo de vida mais saudável”, afirmou.

“Mas dói muito a falta da gestão em não se preocupar com cidadão e também a falta de empatia de alguns profissionais que fazem descaso com a necessidade desses pacientes. Muitas vezes a burocracia é o que complica a situação do paciente, falta de médicos, insulinas, agulhas e até fitas para medir a glicemia para ter o bom controle glicêmico são as principais preocupações”, completou.

Também diretamente afetada pela falta de insumos, Sirlene Alves é cadeirante. Ela enfrenta ainda mais dificuldades para lutar pelos próprios direitos e ir em busca das medicações.

“Já tenho como consequência a perca de uma visão, a perca de parte do meu membro inferior esquerdo e hoje sou cadeirante. Tem sido muito difícil para mim, porque eu saio aqui da minha casa, vou na Assistência Farmacêutica para pegar a medicação, meus insumos, e não tem”, revelou.

Com todas as dificuldades que enfrenta a cada ida, Sirlene lamenta que “toda vez que a gente vai, eles simplesmente falam para a gente que não tem a medicação e também não tem nem previsão de quando vai chegar. Então, como que nós podemos continuar a viver? Não tem como, porque a gente depende dessa medicação”.

A reportagem teve acesso ainda a um relato de outro paciente que conta que precisou ser internado no dia 06 de novembro justamente pela falta da medicação.

“Com essa falta de insulina, eu fui parar no hospital. Desde domingo eu estou vindo para o hospital e para a UPA, e agora estou na UPA”, afirma.

Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que apenas a insulina de ação rápida e as fitas estiveram em falta devido ao atraso do fornecedor que venceu o certame e já foi notificado pelo município.

A pasta destacou que o medicamento foi entregue no dia 10 de novembro. “Sobre o estoque, é feito planejamento anual da previsão de dispensação de medicamentos e insumos e a falta deu-se por causa do fornecedor”, explicou.

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