Pacientes em Anápolis enfrentam via-crúcis para atendimento especializado na rede pública

Ao Portal 6, moradores relataram dificuldades e demora para conseguir realizar exames de urgência no município

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Sede do Zap da Prefeitura de Anápolis, no setor Central. (Foto: Captura/Google Maps)

A saúde pública em Anápolis tem se tornado cada vez mais complicada para aqueles que não conseguem arcar com consultas, exames e procedimentos na rede particular. Isso porque os cidadãos têm enfrentado grande período de espera para conseguir o acesso a especialistas.

Ao Portal 6, uma moradora da cidade, que preferiu não ser identificada, contou que está gestante de 17 semanas, e foi fazer uma consulta de pré-natal.

Mas devido a alterações encontradas, foi solicitada uma nova bateria de exames, os quais ela buscou o Zap da Prefeitura para agendá-los com urgência.

No entanto, ela foi informada apenas que ‘no momento, não há vagas para o procedimento de exames laboratoriais’ e passou mais de uma semana até que conseguisse marcar uma data.

Gestante, anapolina enviou os pedidos de exame ao Zap da Prefeitura. (Foto: Arquivo Pessoal)

Porém, os exames foram marcados muito ‘em cima da hora’ para a consulta de retorno com o médico. “Não vai dar tempo de levar os resultados para ele. Qual o sentindo de ir consultar sem os resultados, sendo que eu preciso deles?”

Por fim, a paciente revelou estar revoltada e triste com a situação, visto que “mesmo pagando os impostos direitinho, a gente não consegue ser bem atendido”.

Casos não são isolados

Uma outra mulher, que entrou em contato com o Portal 6, destacou que foi necessária uma verdadeira “jornada” até que pudesse resolver um problema de saúde.

Tudo começou quando ela buscou a Unidade de Pronto Atendimento – Alair Mafra, situada na Vila Esperança, após sofrer fortes dores na região íntima e suspeitar de que estivesse com bartolinite (cisto nas glândulas de Bartholin).

Para tratar a situação incômoda, seria necessário a presença de um ginecologista para drenar o cisto e liberar a paciente.

No entanto, ela não conseguiu atendimento, apenas medicação e o encaminhamento para que fosse a um profissional especializado.

A mulher, que pediu anonimato, explicou que saiu do hospital e foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro onde mora, mas, novamente, não obteve sucesso na consulta com um especialista.

O Cais da Mulher também foi procurado pela paciente, mas ela foi informada que levaria, em média, sete dias, para conseguir o atendimento.

Por fim, ela precisou ir à Unidade de Saúde Jundiaí – Osego, e após cinco dias, conseguiu ser encaminhada à Santa Casa, onde pôde finalmente realizar o procedimento de drenagem e aliviar as dores.

“É muito difícil. Parece que eles não querem a gente nos hospitais. Me trataram mal. Ninguém quis me atender”, desabafou.

O Portal 6 solicitou uma nota à Secretaria de Saúde de Anápolis (Semusa), para que explicasse o motivo pelos quais está acontecendo toda essa demora para o atendimento da população. Contudo, não houve retorno por parte da pasta.

*Colaborou Augusto Araújo

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