Empresa de Daniel Alexandrino, irmão de Ismael Alexandrino, foi privilegiada, aponta PC

11 contratos que atendem unidades de saúde em São Luís dos Montes Belos, Goiás e Itumbiara estão sendo investigados

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Imagem mostra delegados em entrevista coletiva sobre caso de Daniel Alexandrino. (Foto: Lucas Barbosa)

Daniel Alexandrino, irmão do ex-secretário de Saúde do Governo de Goiás e deputado federal, Ismael Alexandrino (PSD), foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (26). Além deles, Fernando Borges e Andreia Lobo, que supostamente eram utilizados como laranja na empresa Amme Saúde já que, conforme Polícia Civil, na prática, pertence a Daniel. A casa de Ismael também foi alvo de mandado de busca e apreensão. Foram levados documentos, computadores e o próprio celular do parlamentar.

Em entrevista coletiva realizada na manhã de quinta, os delegados responsáveis pelo caso, informaram que os crimes investigados são: falsidade ideológica, documentação falsa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Eles ficarão presos por cinco dias, sendo que o prazo pode ser prorrogado.

A apuração começou há cerca de cinco meses, quando a polícia recebeudenúncias da Controladoria Geral do Estado e do Ministério Público apontando possíveis direcionamento para contratação na terceirização de serviços.

Na prática, a OS IBGC privilegiava a terceirização da empresa Amme Saúde para prestação de serviços por meio de contratações simulados em unidades de saúde de Itumbiara, São Luís de Montes Belos e Goiás. O valor total dos 11  contratos investigados ultrapassa R$ 10 milhões.

“O próprio direcionamento foge da lógica já que a escolha é pelo melhor prestador de serviço e melhor preço. Então, um direcionamento gera uma consequência maléfica em relação a execução do serviço”, explica um delegado.

Em nota, o IBGC informou que  ainda não tomou conhecimento oficial dos dados contidos nos mandados, mas que já está colaborando com as investigações e encontra-se à disposição das autoridades. Ainda reafirmou que será mantida a regularidade do atendimento à saúde e gestão nas unidades de saúde que administra.

Em nota de esclarecimento, a defesa do ex-secretário de saúde, Ismael Alexandrino diz queo ex-secretário estadual de Saúde Ismael Alexandrino está colaborando com as autoridades na referida investigação, inclusive ao fornecer a senha de seu aparelho de telefone celular.

Enfatiza-se que, durante a sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Saúde, Ismael sempre garantiu total transparência e lisura em todos os processos da Pasta.

Tal fato fez com que a SES atingisse 100% de pontuação no Goiás Mais Transparente 2022, permanecendo com o Selo de Ouro da premiação, segundo a Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Sobre a investigação, a defesa aponta que requererá acesso aos autos para verificar possíveis nulidades como a ausência de contemporaneidade para o ato e a usurpação de competência da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal. Por fim, esclarece-se que o ex-secretário de Saúde continuará à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários.

Por fim, segue nota na íntegra da SES:

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa que a ação deflagrada nesta quinta-feira (26/1) é reflexo do trabalho de uma força-tarefa instalada na SES-GO por determinação do governador Ronaldo Caiado, com participação da Controladoria-Geral do Estado, antes da atual gestão da secretaria. A pasta ressalta que a investigação está na esfera da Polícia Civil de Goiás, com a qual a SES firmou um convênio de cooperação, concedendo à polícia acesso a qualquer dado necessário. O governo de Goiás não admite eventuais desvios dentro da gestão pública e seus mecanismos de controle trabalham de forma permanente para coibir e investigar qualquer indício de irregularidade.

 

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