“Vila Nova também é vítima”, diz MP sobre fraudes em apostas esportivas de jogos do Campeonato Brasileiro

Líder das investigações explica que as denúncias partiram do próprio time

Emilly Viana Emilly Viana -
Integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás. (Foto: Emilly Viana / Portal 6)

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) considera que o clube goiano Vila Nova é mais uma vítima do esquema para manipulação de eventos em jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. Os criminosos, que agiam juntamente com jogadores, favoreciam os resultados de apostas esportivas em Goiás e outros estados.

O caso é apurado no âmbito da Operação Penalidade Máxima, que teve primeira fase deflagrada nesta terça-feira (14) com o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva.

Líder das investigações, o promotor de justiça Fernando Martins Cesconetto, lotado no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), explica que as denúncias partiram do próprio time.

“Em novembro do ano passado, dirigentes do Vila Nova procuraram o MP para fazer as denúncias e na representação, inclusive, já havia informações de como o esquema funcionaria. Então o Vila Nova também é vítima, assim como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os dois sites de aposta que identificamos”, explica.

Os indícios encontrados pelo Gaeco apontam que o grupo convencia os atletas a realizarem ações específicas para obter vitória nos palpites.

Sendo asssim, os jogadores deveriam provocar pênaltis em determinado período da partida, praticar faltas para receberem cartão amarelo ou vermelho, promover um certo número de escanteios, entre outras manipulações estipuladas pelos criminosos.

Caso cumprissem com o combinado, os atletas recebiam parte dos lucros. Um adiantamento de R$ 10 mil era repassado ao envolvido e, com o êxito obtido nas apostas, ele recebia mais R$ 140 mil.

A estimativa é de que os valores obtidos com os jogos manipulados já tenham ultrapassado R$ 600 mil.

Um dos três jogos investigados é Vila Nova x Sport, que terminou empatado em 0 a 0 na última rodada da competição em 2022.

Na ocasião, o meia Romário, ex-jogador do Vila Nova, teria sido contratado pelos criminosos, mas acabou não atuando naquela partida.

Como o acordo não foi cumprido, o grupo passou a ameaçar e a cobrar os valores perdidos dos atletas, conforme indica o MP.

O homem preso nesta quarta-feira é um empresário do ramo de agenciamento de atletas, que não teve a identidade revelada.

Embora as investigações ainda estejam no início, os promotores do MP acreditam que o esquema pode evoluir, inclusive, para jogos da Série A do Brasileirão. As partidas apuradas, contudo, não devem ser anuladas, já que se tratam de eventos específicos.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade
PublicidadePublicidade