Mãe de siamesas separadas em Goiânia lembra trajetória das gêmeas: “falaram para escolhermos uma das duas”

Caso foi classificado como um dos mais complexos da cirurgia pediátrica e elas receberam alta após quase dois meses internadas

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Gêmeas siamesas Valentina e Heloá foram separadas em cirurgia, realizada em Goiânia. (Foto: Hegon Corrêa / Governo de Goiás).

As gêmeas siamesas Valentina e Heloá Prado dos Santos finalmente receberam alta hospitalar na tarde desta sexta-feira (03), 51 dias após a cirurgia de separação.

Elas eram unidas pela bacia e passaram pela operação em 11 de janeiro, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).

“É uma emoção muito grande voltar para casa. Vida nova, casa nova, tudo novo”, resumiu a mãe das crianças, Waldirene Carmelita do Prado.

As filhas dela têm três anos e nasceram em Guararema (SP), mas a família mudou para Morrinhos, no interior de Goiás, meses depois para facilitar a logística de consultas e exames visando a cirurgia em Goiânia.

O caso foi classificado como um dos mais complexos da cirurgia pediátrica, e é acompanhado pela equipe do médico e deputado federal Zacharias Calil (UB).

Ao relembrar a trajetória das gêmeas, a mãe contou que já chegou a receber um ‘ultimato’ de um outro hospital

Quando fala em alívio, Waldirene lembra que as filhas passaram por uma avaliação negativa em outro hospital. “Falaram para escolhermos uma das duas. Não tem cabimento isso, falar para uma mãe ou pai para escolher”.

O processo de recuperação não foi fácil, necessitando de vários dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e até intubação.

A diretora-geral do Hecad, Mônica Ribeiro Costa, atribuiu o sucesso da separação das siamesas às qualidades da equipe médica e do hospital. No total, foram mais de 200 profissionais envolvidos no caso.

Apesar de terem recebido alta, Valentina e Heloá seguirão com atendimento especializado. Elas devem retornar ao Hecad periodicamente para refazer curativos e passar por avaliação médica.

Agora, os planos da família envolvem ter uma “vida normal”, “Nosso sonho é colocá-las na escolinha. Faremos de tudo para estarem bem, e fortalecer as perninhas”, afirmou a mãe.

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