Goiânia está entre as capitais mais perigosas para ciclistas, aponta levantamento

Em 2022, por exemplo, foram mais 6 mil registros de acidentes com lesão corporal com 17 fatalidades

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Ciclistas pedalam em rodovia sem ciclovias. (Foto: CCR / Divulgação)

Pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana (IPMMU) aponta que Goiânia é a quarta capital brasileira com maior taxa de bicicletas por habitantes. No entanto, a capital também configura como a quarta mais perigosa para esse tipo modal no país. 

Levantamento da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) revelou que Goiânia liderou o ranking de acidentes com ciclistas, totalizando em 17 fatalidades somente no passado. Foram mais de 6 mil registros de acidentes com lesão corporal.

Numa cidade plana, convidativa para a prática do esporte e também como meio de locomoção, esbarra na inércia do poder público. Para os ciclistas, a baixa extensão de faixas exclusivas para a atividade é a principal responsável pelos números de acidentes e da sensação de insegurança.

“Sofremos com uma falta de faixas exclusivas para os ciclistas e também de bicicletários”, destaca o presidente da Federação Goiana de Ciclismo (FGC), William Lara, aponta para a falta de ciclovias.

Ele explica que a instituição luta pela expansão das ciclovias e pela educação em relação à mobilidade. “Precisamos realizar um trabalho de conscientização de motoristas de que a bicicleta também tem direitos no trânsito. Cada bicicleta é um carro a menos no trânsito”, afirma.

De acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bik), a cidade possui 39,30 km de ciclovias – pista exclusiva para ciclistas – e 20,5 km de ciclofaixas – parte de uma pista ou calçada delimitada por sinalização que indica o local dos carros e das bicicletas.

Novatos

“Em Goiânia, tem muito ciclista iniciante que pedala em parques ou em pequenos grupos para garantir a segurança”, explica o fundador do grupo de ciclismo GO Ciclo, Edson de Melo. “Depois disso, vão para trilhas e não saem mais”.

Edson aponta que há um descaso por parte da administração pública quando diz respeito à mobilidade por bicicleta. Portanto, fundou o grupo com o objetivo de lutar por ciclovias e maior segurança, ainda em 2014. Hoje, o grupo, composto por cerca de 50 participantes, realiza passeios aos domingos, com foco em ciclistas iniciantes.

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