Goiânia vive “situação constrangedora” com falta de iluminação adequada nas ruas

Desde bairros periféricos até os nobres, moradores estão mais expostos à violência urbana e a acidentes de trânsito

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Postes no bairro Campos Dourados [à esquerda] e Real Conquista [centro e direita], em Goiânia, estão sem iluminação. (Foto: Arquivo Pessoal / Miguel Veloso).

A falta de iluminação nas vias públicas em diversos pontos de Goiânia está gerando um incômodo generalizado na população da capital.

Isso porque, com a ausência de luz nos postes, o cidadão fica mais exposto à violência urbana e a acidentes de trânsito.

Tendo isso em vista, o Portal 6 entrou em contato com diferentes fontes que explicaram como a queda na qualidade da iluminação na capital goiana pode ser perigosa para as pessoas.

A primeira delas foi Miguel Veloso, representante dos profissionais por aplicativo de Goiânia e líder comunitário da região Sudoeste.

“É uma situação constrangedora. A população que desce nos pontos de ônibus precisa caminhar no escuro, o que facilita para os bandidos e favorece os assaltos”.

No entanto, ele destacou alguns pontos onde é mais preocupante, como a GO-040. “A gente vê vários trechos onde a falta de iluminação acaba causando acidentes”.

Além disso, listou alguns bairros mais periféricos onde o serviço de luz nos postes é precário ou existem ruas com todos os postes apagados.

“Real Conquista, Madre Germana, Santa Fé, Campos Dourados, Condomínio das Esmeraldas, Grajaú, Privê das Oliveiras. Te digo com toda a clareza, tem cerca de oito meses que esses bairros estão sem iluminação adequada”.

Miguel afirma que já foram feitos vários pedidos à Prefeitura, para que essa questão fosse sanada, mas todos acabaram ignorados.

Por fim, o líder comunitário destacou que até mesmo bairros nobres, como o Jardim América e o Marista, estão sofrendo com essa falta de zelo. “Eles [do Poder Público] não estão fazendo a manutenção necessária”, complementou.

Já Maria Ester de Souza, professora de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, argumenta que começou a perceber essa falta de conservação no município a partir da gestão que assumiu em 2021.

“Muitos serviços que envolvem a estrutura da cidade são terceirizado, incluindo a manutenção e troca de lâmpadas nas vias públicas. No entanto, o contrato da empresa responsável pode não ter sido renovado e isso faz com que o serviço fique parado”.

Segundo a professora, para realizar estes trabalhos, a Prefeitura precisa realizar um processo licitatório transparente. Entretanto, haveria uma cultura de precarização para justificar a privatização da cidade.

Ela explicou também que um processo de contratação de serviços é demorado e, se o Poder Público não consegue encontrar uma empresa rapidamente, a população acaba saindo prejudicada.

“Uma das providências para garantir a sensação de segurança no espaço urbano é justamente iluminar a cidade. Não sabemos o que acontece com os contratos atuais. O que eu sei é que a cidade está escura”, concluiu Maria Ester.

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) afirmou que é feito um trabalho diário de levantamento de pontos com deficiência de iluminação por toda a cidade.

Assim que localizados, esses locais entram na programação de serviços dos dias seguintes para serem solucionados.

Além disso, a pasta destacou que um trabalho de substituição dos 180 mil pontos luminosos de Goiânia por iluminação a LED – mais eficiente e econômica – está em andamento na capital.

“Uma licitação está sendo preparada neste sentido e a previsão para a execução dos trabalhos é para este ano”, diz o documento.

Por fim, a nota da Seinfra ainda reforçou que: “a população pode sempre encaminhar reclamações e solicitações pelo aplicativo Prefeitura 24h”.

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