Mãe alega que recém-nascida morreu na UPA Pediátrica após ter ventilação mecânica retirada

Funev, que gere a unidade, garante que a bebê recebeu todo suporte respiratório adequado ao caso

Samuel Leão Samuel Leão -
UPA Pediátrico do Bairro Maracanã, em Anápolis. (Foto: Samuel Leão)

Uma mulher deu a luz no dia 26 de abril e, apenas quatro dias depois, perdeu a filha na UPA Pediátrica de Anápolis, após a menininha ter sido retirada da ventilação mecânica. Esse é o relato da mãe, Nelziane Costa Rodrigues.

Ao Portal 6, a Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora da unidade, disse, nesta quinta-feira (11), que há suspeita de uma cardiopatia congênita e que o suporte respiratório adequado ao caso foi realizado durante o todo o período (leia a nota na íntegra no final do texto).

Inclusive, a reportagem teve acesso ao prontuário de atendimento que aponta que houve a retirada do ventilador mecânico para socorrer um paciente grave e solicitado uma alternativa em ventilador para que a bebê não desestabilizasse.

Nelziane contou ao Portal 6 que havia ganhado a pequena Sarah Rodrigues na Santa Casa de Anápolis, onde foi alertada de um sopro, porém aparentemente em nível aceitável, sem maiores complicações. Assim, foi recomendada a realização de um eletrocardiograma, porém sem indicativo de urgência.

Apenas três dias depois, no 29 de abril, a mãe percebeu a filha ofegante e roxeando, com dificuldades para respirar. Dirigiu-se até a UPA Pediátrica, onde constatou-se baixa saturação e um quadro de hipoglicemia.

Apesar da recomendação recebida na Santa Casa para a realização do eletrocardiograma, na UPA foram realizados apenas Raio X e exame de sangue. Ela foi então entubada, momento no qual o quadro se tornou estável.

Ainda de acordo com relato da mãe, após perceberem a melhora, os médicos a retiraram dos aparelhos de ventilação mecânica.

“Tiraram os equipamentos dela para levar a um jovem, que estaria morrendo. Ainda não havia um diagnóstico do que se passava com a minha filha”, relatou Nelziane.

Logo depois, o quadro apresentou piora e resultou na morte da recém-nascida. No laudo médico, consta a transferência dos equipamentos para uma emergência adulta.

“Ela foi entubada por volta das 11h, e aguardava os exames de sangue, que sairiam às 18h. Só que às 13h foi tirada da ventilação, e lá pelas 17h  ela piorou e foi ficando gelada e roxinha”, contou a genitora, emocionada.

A bebê acabou falecendo por volta das 19h, segundo a mãe, antes mesmo de saírem os resultados do exame de sangue.

Publicação feita pela mãe, Nelziane Costa Rodrigues, nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Em nota, a Funev contesta a alegação da mãe e diz que a paciente seguiu com suporte respiratório adequado durante o período que esteve em observação – conforme prontuário médico.

Leia nota da Funev na íntegra:

“Sarah Rodrigues, 04 dias de vida, deu entrada na unidade com quadro desconforto respiratório e suspeita de cardiopatia congênita. Foi inserida na regulação para internação. Necessitou de suporte respiratório com pressão positiva que foi realizado na unidade.

O suporte respiratório adequado ao caso foi realizado durante todo o período que esteve em observação, conforme os devidos registros em prontuário médico. Infelizmente evoluiu com descompensação cardiorrespiratória e parada cardiorrespiratória irreversível. Foi encaminhada ao SVO.”

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