Quase 500 mil pessoas podem ficar sem transporte público na Grande Goiânia a partir de sexta (30)

Nova tentativa de acordo será realizada na quarta-feira (28) mediada pelo Ministério Público Federal

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Ônibus
CMTC cancelou reuniões para ouvir demandas duas vezes (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Atualizada às 12h09

Motoristas do transporte coletivo da Grande Goiânia poderão cruzar os braços a na sexta-feira (30) – após decisão tomada em assembleia  realizada nesta manhã de terça-feira (27), no Terminal Padre Pelágio.

A categoria negou o reajuste linear de 7% proposto pelo Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (Set). O impacto pode vir transformado na ‘paralisação’  de 461 mil pessoas que utilizam, diariamente, o transporte público na capital. Destas, 415 mil são pagantes.

No último dia 23, por exemplo, circularam 1.075 ônibus na Grande Goiânia – fazendo 7.570 viagens. Ao todo, foram 215 mil quilômetros rodados. Nesse emaranhado de números, pulsa uma população que precisa do transporte público para o trabalho, estudo e resolver pendências do dia a dia.

Mas há luz no fim do túnel. Marcado para às 15h, uma sessão mediadora pré-processual proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) poderá azeitar as negociações que já vem ocorrendo desde setembro de 2022.

“Como o Set concordou em participar amanhã da mediadora, temos esperança que vamos chegar a um número mais próximo do que quer a categoria e, assim, não entrarmos em greve”, explica ao Portal 6, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (Sindicoletivo), Carlos Alberto Luiz Santos.

Carlos informa que a categoria vem sendo prejudicada há anos, com reajuste abaixo do esperado. Em 2020, conta, em função da Covid-19, abriram mão da reposição salarial ao entenderem que o cenário não tinha clima para tanto.

“Entendemos a situação naquele momento, precisávamos transportar o pessoal da saúde entre outros. Mas perdemos muitos funcionários e parente de trabalhadores naquela época. Agora, já recompomos e precisamos disso”, desabafou.

Na mesa, as negociações começaram com pedido de aumento de 20%, mais 25% na ajuda de custo. A alegação, conforme ele, da rejeição patronal é de que a majoração deveria ser linear.

Assim, a segunda proposta do sindicato dos trabalhadores foi de 15% linear – mais uma vez rejeitada pelos patronais. No meio de campo, o Ministério Público Federal propôs 11%, além de ajuda de custo – considerando os meses retroativos de março de 2023, seguindo até fevereiro de 2024.

“Esperamos uma proposta mais próxima a isso para que resolvamos esse problema”, finalizou. Caso o desfecho não seja positivo, será imposto uma quantidade mínima de ônibus que devem circular em Goiânia.

Leia nota da Set, na íntegra: 

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros de Goiânia (SET) viu, com surpresa, a decisão de parte da categoria dos motoristas em fazer a paralisação, uma vez que as negociações ainda estão em andamento. As empresas não foram comunicadas oficialmente desta definição, souberam por meio de divulgações na imprensa.

O SET lamenta a decisão dos motoristas que, mesmo com a abertura das empresas para concessão de aumento salarial acima da inflação e com ganhos reais, tomem a decisão de prejudicar a população.

O sindicato continua à disposição da imprensa e estará presente em mais uma reunião de negociação, marcada para a tarde desta quarta-feira (28) com o TRT.

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