“Não sei como deixaram ela ter um infarto em uma sala cheia de profissionais”, diz filho da goiana que morreu após lipoaspiração

Familiar conversou com Portal 6 e compartilhou detalhes sobre o caso da mãe, que não tinha nenhum problema de saúde até a realização do procedimento

Samuel Leão Samuel Leão -
Giselle, enfermeira que faleceu devido à complicações decorrentes de uma lipoaspiração. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Acredito que houve erro médico. Descobrimos que a doutora já tinha sido suspensa por outros casos de acidentes cirúrgicos. Quando fomos no hospital, as secretárias e enfermeiras não quiseram nos contar quem eram os médicos, aí desconfiamos”, desabafou o filho da enfermeira, Giselle Dias da Silva, de 42 anos. Ela faleceu nesta quarta-feira (05) por complicações acarretadas de uma lipoaspiração realizada em Goiânia.

A afirmação é de Higor de Jesus, de 23 anos, que revelou ao Portal 6 que ela não morreu durante o procedimento realizado no Hospital Salustiano, no Setor Aeroporto, mas a partir dali se debilitou tremendamente.

“Ela havia feito todos os exames para o procedimento e não tinha nenhum problema de saúde. Não sei como conseguiram deixar a pressão dela abaixar a ponto de resultar em um infarto, em uma sala de cirurgia cheia de profissionais. Ela recebeu alta quatro dias depois, e, a meu ver, não teve um período de observação devido”, relatou.

Ela pretendia fazer, além da lipo, uma abdominoplastia e uma mamoplastia, mas acabou sofrendo um infarto durante o procedimento na parte das costas. A cirurgia foi interrompida e dada como finalizada.

Após o desfecho trágico, a família decidiu averiguar melhor a situação. Ao se dirigirem ao hospital onde foi realizada a lipo, tiveram pedidos de saber quem eram os médicos que participaram da operação negados por secretárias e enfermeiras, o que aumentou as suspeitas do grupo familiar.

Entre as razões da morte, foram atestadas encefalopatia hipoxica isquêmica, septicemia, insuficiência respiratória aguda grave e pneumonia bacteriana, situações que perduraram por mais de 50 dias, durante quase todo o tempo em que a paciente esteve entubada.

A família investigou a médica Lorena Rossique, que seria a responsável, e descobriu que ela teve o CRM suspenso em 2022. Ela foi denunciada por uma paciente que alegava ter tido queimaduras e até parte da pele necrosada ao fazer plástica.

Respostas

Diante de tudo isso, o Portal 6 buscou contato com a equipe jurídica da médica, que realizou uma coletiva de imprensa para esclarecer os fatos.

Na ocasião, eles apontaram o anestesista como responsável pelo episódio. Segundo a equipe da profissional, ele teve imprevistos durante o procedimento e solicitou a interrupção do mesmo.

A reportagem também entrou em contato com o Hospital Salustiano, onde foi realizado o procedimento. A administração da unidade afirmou ter relatado todos os detalhes da operação aos familiares e reafirmou a disponibilidade das informações, ainda passíveis de serem consultadas.

Também foi expresso que todos os pré-requisitos técnicos legais devidos foram preenchidos pela médica do caso. A unidade revelou também que ela não atua mais por lá, sob a justificativa de mudanças internas no perfil da clínica, que alega não ter tido problemas relacionados à profissional.

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