“Me chamava de gostosa e comentava que tinha vontade de acabar comigo”, narra ex-aluna sobre professor da UEG

Vítima conta que teve que abandonar o sonho de fazer faculdade porque não suportou às investidas sexuais

Davi Galvão Davi Galvão -
Universidade Estadual de Goiás (UEG). (Foto: Divulgação)

Após denúncia formalizada contra um professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que estaria perseguindo uma aluna do Campus Henrique Santillo, novos desdobramentos sobre as supostas ações do profissional continuam aparecendo.

Na tarde desta terça-feira (18), o Portal 6 ouviu o relato de uma ex-discente da instituição, que denuncia também ter sido vítima das investidas do docente.

A mulher, de 31 anos, que preferiu não se identificar por temer represálias contra a família, contou que ingressou na faculdade ainda no segundo semestre de 2009, quando tinha acabado de passar no vestibular, aos 18 anos.

A vítima ainda comenta que não sabe pontuar exatamente quando os assédios por parte do docente começaram, mas que desde o princípio era algo constrangedor.

“Ele fazia perguntas sobre a minha vida sexual, se eu tinha namorado e se ele era bom de cama. Com o passar do tempo, veio o contato físico, tanto comigo quanto com as amigas do mesmo grupo”, lembrou ela.

“Presenciei o professor encurralando aluna com os braços, fechando a porta da sala para não deixar a gente passar sem [ele] falar algum comentário ou proposta indecente”, complementou.

Ela ainda comentou que era comum estar em rodinha com amigas e o docente chegar pelas costas, abraçando-as por trás.

“Ele chegava por trás, cheirava meu cabelo, afastava do pescoço e beijava o meu ombro e pescoço. Ele queria abraçar, passar a mão na cintura e descer. Não só queria, como fez comigo e com as minhas colegas”, revelou a vítima.

“Me chamava de gostosa e comentava ‘vontade de acabar com você todinha’ e várias outras coisas”, continuou.

Devido a esses comportamentos, ela contou que não chegou a terminar o curso, tendo trancado a matrícula em 2011 e adiado o sonho de finalmente conquistar o tão almejado diploma.

Apesar disso, conta que nunca formalizou uma denúncia contra o suposto agressor, pois segundo ela, o docente teria amigos e influência na reitoria.

A Polícia Civil (PC) já investiga o caso, diante de outras denúncias feitas por alunas da instituição. O suspeito também buscou as autoridades, alegando ser vítima de difamação e calúnias pelas estudantes da faculdade.

O que diz a UEG

Referente a outro caso envolvendo o mesmo professor, a UEG manifestou em nota que apura as denúncias através de uma sindicância. Confira a nota na íntegra:

A propósito das informações solicitadas pelo Portal 6, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) explica que a partir do momento que tomou conhecimento das denúncias da discente por meio de e-mail enviado à coordenação do Câmpus Central e também via Ouvidoria, já deu encaminhamento legal para a apuração dos fatos. Foi instaurada uma sindicância, procedimento investigatório que busca apurar situações irregulares no serviço público. A UEG também tomou as providências necessárias para que a discente não tenha mais contato com o professor.

A Universidade destaca que qualquer tipo de assédio não é tolerável dentro da instituição e que todas as medidas estão sendo tomadas para que o caso seja apurado da forma mais correta e célere possível.

 

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