Velório é interrompido e corpo de bebê que morreu após injeção de dipirona é levado para IML

Garotinha tinha apenas 5 meses e família suspeita que óbito foi causado por erro médico

Da Redação Da Redação -
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Trindade)

O velório do bebê de apenas cinco meses, que faleceu na manhã desta segunda-feira (07), em Trindade, após receber injeção intramuscular de dipirona, precisou ser interrompido nesta terça-feira (08).

O pedido foi da delegada que investiga o caso para o encaminhamento do corpo ao Instituto Médico Legal (IML) – e a expectativa é de que o laudo seja entregue em até dois meses. As informações são do avô do bebê, cuja família suspeita de erro médico e estuda entrar na Justiça.

A morte trágica aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dilson Alberto de Souza, em Trindade, onde a criança foi levada com feridas no queixo na sexta-feira (04).

O avô, Fellipe Resende, afirmou ao Portal 6 que a bebê recebeu o diagnóstico de síndrome mão-pé-boca e foi receitada dipirona na veia. No entanto, a enfermeira não teria conseguido encontrar a veia, o que a levou a consultar a médica sobre qual seria a melhor maneira de aplicar o medicamento.

A médica, então, concordou que a aplicação seria intramuscular. Em seguida, a enfermeira mediu um palmo acima do quadril da criança e fez a injeção nas costas, próximo aos rins.

A família relatou que, ao retornar para casa, a bebê estava sonolenta, enjoada e não queria se alimentar. Além disso, a região onde a dipirona foi aplicada ganhou um tom avermelhado. No dia seguinte, a criança chorou muito e demonstrou fraqueza.

“Foi nesse momento que notamos que havia algo de errado”, disse o avô.

Diversas visitas

Já no domingo (06), a ferida aumentou ainda mais, enquanto os sintomas também pioraram, o que motivou a família a levá-la novamente à unidade de saúde, momento em que o médico plantonista fez o curativo no local e receitou mais alguns medicamentos antes de liberar o bebê.

Conforme o avô, a mãe seguiu todas as indicações do médico, porém, a criança não apresentou melhora. Pela manhã de segunda-feira (07), a bebê acordou com os lábios pálidos, com dificuldade para respirar e a ferida estava roxa.

Na terceira visita à UPA, na segunda (08), a equipe ministrou oxigênio e informou que a criança estava com um sepse, que é uma infecção no sangue. Diante da gravidade, os profissionais pediram transferência para um Hospital de Urgência, mas não disse onde havia liberado uma vaga.

De acordo com a família, a equipe médica apenas solicitou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para buscar a criança. Assim, ao chegar, o SAMU teve que auxiliar na reanimação da vítima, já que ela havia sofrido uma parada cardiorrespiratória.

A tentativa durou uma hora e meia, mas não teve sucesso. Fellipe relatou que a causa da morte atestada pelo médico do SAMU foi insuficiência respiratória causada por complicações da injeção.

“Todo mundo está abalado e com raiva, porque isso acho que foi uma falta de treinamento e uma negligência muito grande. Foram dois médicos e uma enfermeira, que cometeram os mesmos erros, dizendo que não tinha nada”, disse o avô.

Após a interrupção do velório, o corpo da criança foi devolvido à família e a cerimônia teve o reinício por volta das 20h desta terça-feira (08) e deve ir até a manhã do dia seguinte.

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