Alto preço dos aluguéis está causando o fim dos comércios no entorno do Parque Ipiranga

Antes reconhecida pelas variedades do que comer e consumir, região agora chama atenção pelas placas de vende-se

Davi Galvão Davi Galvão -
Entorno do Parque chama a atenção pelas fachadas vazias. (Foto: Davi Galvão)

Muitos moradores de Anápolis que passam próximo ao Parque Ambiental Ipiranga – um dos principais cartões-postais do município – com certeza já repararam no cenário mais ameno e, de certa forma, vazio que a região atualmente ostenta.

Uma vez reconhecido pelos diferentes comércios, das mais diversas formas e tamanhos, o local – especialmente nos arredores que o cercam – já não oferta tantas opções aos anapolinos.

Isso porque diversos estabelecimentos foram fechados e o Sindicato do Comércio Varejista de Anápolis (Sincovan) já sabe o porquê.

“A gente está falando de um local muito valorizado, tanto que a procura é enorme, a questão é justamente que muitos lojistas vão para lá achando que o negócio vai para frente pelo número de clientes, mas acaba que não conseguem lidar com o aluguel. Tem pontos lá que passam de R$ 10 mil”, explicou a instituição ao Portal 6.

Tal realidade acaba por aumentar a rotatividade dos empreendimentos, motivo pelo qual as fachadas vivem em constante mudança e, por vezes, até abandonadas.

Ainda assim, a questão do aluguel alto permanece uma constante, pois, além dos preços serem potencializados pela localização no “coração” do bairro Jundiaí – tido como o mais nobre do município – o próprio parque é um inflacionador natural das cifras.

Tanto é que alguns pontos estão há meses sem atividade ou troca de proprietários.

Entorno do Parque chama a atenção pelas fachadas vazias. (Foto: Davi Galvão)

Comerciante no local há mais de um ano, Rogério Alves viu diversas lojas abrirem com grandes promessas, mas acabarem não resistindo aos altos gastos.

Além do aluguel, ele afirma que o movimento dos clientes varia muito a depender dos horários, o que dificulta manter a maioria dos negócios.

Além disso, a ausência de locais para alimentação até o começo da noite, que é quando os bares, restaurantes e semelhantes abrem, também se apresenta como uma problemática.

“Desestimula ainda mais a circulação de pessoas e empreendedores”, destacou.

Parque Ambiental Ipiranga, em Anápolis. (Foto: Davi Galvão)

Funcionária há dois anos em uma loja em frente ao Parque Ipiranga, Nicole Cristina ampara o posicionamento do Sincovan, ressaltando que a preocupação com a taxa de locação é um dos pontos de maior dificuldade para os empreendedores.

Porém, destacou também alguns aspectos positivos – que, inclusive, justificam não só a permanência dos empresários atuais, como também a sempre presente procura de interessados.

“Trabalhar aqui no Ipiranga tem seu lado bom, tanto por causa da visibilidade que a gente tem, da clientela com mais renda, até pela questão de estacionamento, que é fácil de achar no fundo do Parque”, pontuou.

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