Déficit de médicos contribui para longas filas de espera e problemas de atendimento em Anápolis

Semusa chegou a sinalizar a ampliação do quadro de profissionais, mas promessa não parece ter se concretizado

Samuel Leão Samuel Leão -
Unidade Básica de Saúde, em Anápolis. (Foto: Divulgação)

Entre uma consulta e outra, moradores de Anápolis têm enfrentado longas esperas e dificuldades para serem atendidos na rede municipal de saúde, muito por conta de um baixo efetivo de médicos.

Tal realidade foi retratada ao Portal 6 por uma servidora de uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região Norte da cidade.

“Os médicos que atuam estão se desdobrando para suprir a carga da equipe que está desfalcada. Além disso, estamos com um aumento de testes para Covid-19, o que contribui para uma maior demanda de serviço”, explicou.

“Estamos com 3 equipes e está falando um médico e uma enfermeira. Tínhamos três médicos e estamos com dois. E enfermeira também. Eram quatro e agora estamos com apenas três, sendo uma responsável técnica”, complementou.

O relato da servidora foi amparado pelo de um morador da Vila Jaiara, que, enquanto sofria com dores e incômodos, teve de enfrentar uma longa fila para conseguir atendimento.

“Fiquei mais de 3h na fila esperando para ser atendido. Tinha muita gente e pouca equipe para atender. Fui muito bem atendido, mas demorou demais”, disse Jesus Pereira, após precisar se dirigir até a UBS Bandeiras.

A reportagem buscou contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para entender esse cenário e saber se algo estaria sendo feito para revertê-lo. Um posicionamento, porém, não foi enviado.

Entretanto, vale ressaltar que a pasta já havia prometido ampliar o quadro de profissionais há mais de três meses, o que, até o momento, não parece ter se concretizado. À época, a Semusa sustentou haver uma falta de interesse dos profissionais em atuar nas UBS’s do município.

Tal situação traz à tona outra preocupação importante: a necessidade de enfermeiras se posicionarem na linha de frente quando os postinhos não contam com a presença de médicos.

Apesar de ter a autonomia técnica e legal para isso, as profissionais acabam passando pelo desconforto e julgamento de muitos dos pacientes, além da insegurança natural de desempenhar uma função que não é usual.

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