Medida protetiva contra pastor de Anápolis suspeito de abusar sexualmente de fiéis é negada pela Justiça

Juiz considerou que as agressões não aconteceram em âmbito doméstico e que religioso não possui vínculo íntimo com vítimas

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Fórum de Anápolis, na Avenida Senador José Lourenço Dias. (Foto: Denilson Boaventura)

O pedido de medida protetiva contra o pastor Vanderlei Antônio de Oliveira, suspeito de ter abusado sexualmente de duas fiéis em Anápolis, foi negado pela Justiça. O responsável pela decisão foi o juiz Renato César Dorta Pinheiro.

O pedido foi com base na Lei Maria da Penha, em que a violência doméstica e familiar contra a mulher é caracterizada como uma “ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

Tecnicamente, para que essa situação seja amparada no âmbito da referida legislação é necessário que a violência tenha ocorrido na unidade doméstica ou o agressor conviver intimamente com a vítima.

Por isso, o magistrado negou a medida protetiva e determinou o arquivamento da ação.

O caso da violência veio à tona quando as duas jovens denunciaram Vanderlei, líder da Assembleia de Deus Ministério Bola de Fogo, localizada no Jardim das Américas 3ª etapa.

Para convencer as vítimas a se sujeitarem aos abusos, o pastor propôs reuniões privadas, denominadas “campanhas” em que ele supostamente incorporou anjos.

Em uma dessas reuniões, Vanderlei afirmou que o marido da vítima estava sendo afetado por uma “pomba gira” e seria necessário o ritual para salvar o casamento.  O religioso também prometeu progressão na vida financeira e sentimental para a outra vítima.

Nos dois casos, o suspeito abusou sexualmente das jovens, inclusive, na presença da esposa, que cooperou com o esquema convencendo as vítimas que o homem estava agindo com a vontade “dos anjos”.

Quando tentaram colocar fim na violência, Vanderlei ameaçou-as de expor imagens íntimas. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).

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