Especialista defende privatização do Aeroporto de Cargas de Anápolis: “gera empregos, movimenta a economia”

Coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas na PUC aponta que medida é positiva, já que o estado “não consegue investir na estrutura básica”

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Aeroporto de Cargas de Anápolis demanda mais de R$ 300 milhões em investimentos (Foto: Reprodução).

O Governo de Goiás pretende federalizar o Aeroporto de Cargas de Anápolis e, em seguida, privatizá-lo. A previsão é de que o primeiro passo seja finalizado até o final de 2024, já proporcionando uma série de mudanças.

O tão prometido aeroporto teve as obras iniciadas há mais de uma década, ainda em 2010, com um investimento de R$ 300 milhões do estado. Contudo, ela nunca foi concluída e, nesse processo, apresentou falhas que demandam mais R$ 150 milhões para corrigir, de acordo com a Goinfra.

O foco vai para a pista de 3 mil metros, construída sobre uma nascente e aterro, sujeita a afundamentos.

Além disso, será necessário gastar aproximadamente o mesmo valor para a construção de pistas auxiliares, prédios e acessos à BR-153, entre outros projetos. No governo Ronaldo Caiado (UB), já foram investidos mais de R$ 20 milhões em um canal de drenagem na pista principal.

Diante deste cenário, em maio deste ano, o governador solicitou ao Ministério de Portos e Aeroportos que a Infraero assumisse a operação.

Ao Portal 6, o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas na Pontifícia Universidade Católica (PUC), Salmen Chaquip Bukzem, afirmou que a ação representa um bom negócio para Goiás.

“O intuito é promover o mínimo de segurança para funcionar, como ter uma estação rádio ou a criação de uma estação permissionária de espaço aéreo”. Para o professor, Anápolis oferece um potencial que não foi explorado pela atual administração, visto que se encontra no centro do país.

Ele aponta que o estado não tem condições de fazer os investimentos e, com a federalização e posterior privatização, será possível fazer uso do aeroporto e transportar mercadorias de alto valor. “Temos um polo farmoquímico. Todos esses produtos poderão ser transportados via modal aéreo”, exemplificou.

Ainda em maio deste ano, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) se posicionou contra a medida, alegando que a entrega do aeroporto ao Infraero resulta na elevação dos preços dos serviços.

“Essa medida inviabilizaria o trabalho das aeroagrícolas e isso refletiria negativamente na própria produção agrícola do estado, já que a aviação é essencial para a diminuição de custos de produção e ganho em produtividade”, destaca o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva.

Salmen, por sua vez, defende que embora os preços possam aumentar, o retorno sobressairia. “Aumenta a cobrança pela utilização, mas aumenta também o retorno e segurança para a operação. Isso gera emprego, movimenta a economia”, concluiu.

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