Número de vítimas de pastor que ‘incorporava anjos’ para abusar de fiéis quase dobra e lista inclui homens

"A esposa estava presente na maioria dos casos, apesar de não haverem relatos da participação dela na conjunção carnal", revela delegada

Samuel Leão Samuel Leão -
Pastor segue foragido e é procurado pela Polícia Civil. (Foto: Reprodução)

O pastor Vanderlei Antônio de Oliveira, de 59 anos, e a esposa, Maria de Lourdes dos Santos Oliveira, de 52, foram novamente denunciados pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro. No total, 09 vítimas já relataram terem sofrido abusos, disfarçados de trabalhos espirituais, praticados pelo casal.

Ao  Portal 6, durante uma coletiva de imprensa realizada na 3ª Delegacia Regional de Polícia, a delegada responsável pelo caso, Isabela Joy, relatou que também haviam homens entre as vítimas.

“Além das mulheres, casais também foram vítimas do pastor. Ele e a esposa os faziam ter conjunção carnal na frente deles, sob promessas de melhoras no relacionamento ou outras benfeitorias espirituais. Ainda poderemos tipificar outros crimes, pois a cada caso surgem novas ações”, revelou.

Ainda segundo ela, várias vítimas diziam que se sentiam em transe durante as sessões, nas quais ele encenava a incorporação de anjos dos mais variados nomes. Apesar das investigações, a igreja Assembleia de Deus Bola de Fogo, onde ele atuava, continua funcionando.

“A esposa estava presente na maioria dos casos, apesar de não haverem relatos da participação dela na conjunção carnal. A igreja já foi notificada e continua funcionando pois há um outro pastor atuando, o qual desconhecia as práticas”, pontuou.

Anteriormente

Dentre as denúncias, um dos casos mais antigos ocorreu em 2013, de modo que as práticas estariam em curso há pelo menos 10 anos. As idades das vítimas também varia, algumas na faixa dos 30 enquanto outras já com quase 60 anos.

“Todas que vão denunciá-lo falam que existem muito mais vítimas, mas elas estariam com medo pois o próprio pastor afirmava já ter participado de facções criminosas, chegando até a ameaçá-las”, complementou.

Entre as práticas, também foi relatado a prática de gravar os abusos, de modo a utilizá-los para obter vantagem posteriormente. Todavia, em nenhum dos casos houve contrapartida financeira aos atos.

“Ele também fazia vídeos incorporando, os quais eram veiculados em um grupo de WhatsApp da comunidade, chegando a registrar também as vítimas no momento dos abusos, todavia esses vídeos eram usados apenas para extorquí-las e mantê-las sob controle”, finalizou.

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