Considerada a capital mais arborizada do país, Goiânia perde espaços verdes

Antes e depois em diversas localidades mostram como a capital está trocando árvores por concreto

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Avenida Goiás, em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ @maria1ester)

Mesmo considerada a capital mais arborizada do país, moradores de Goiânia vem percebendo, paulatinamente, uma mudança no cenário. Sobretudo, ao considerar regiões mais adensadas, sendo marcadas com derrubadas cada vez mais frequentes de árvores frondosas.

Uma breve análise de alguns pontos é capaz não só de fortificar a transformação como escancara o desaparecimento de áreas verdes que, anteriormente, preenchiam e davam fôlego aos cenários.

O Parque Amazônia é um dos exemplos. O que antes era ocupado por uma sequência de árvores enfileiradas, hoje dá lugar a uma longa estrada, de ao menos 15 quarteirões, em que apenas as gramas e poucas áreas verdes se mantêm.

(Foto: Google Street View)

(Foto: Reprodução/ Twitter/ @fpulcineli)

A situação não é exclusividade do bairro e se estende também em um terreno localizado em uma região nobre da capital, o Setor Marista.

O ponto, de aproximadamente 5 mil m², foi uma das vítimas e sofreu, em fevereiro deste ano, a derrubada de 86 árvores por parte da Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (Amma).

Derrubada de árvores no Setor Marista em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

A ação, que tinha como justificativa a construção de uma obra, chegou a ser questionada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) que indagou sobre a proximidade da edificação da nascente do Córrego Buriti, a autorização para a retirada, expedição de licença ambiental e se foram apresentados estudos e relatórios sobre o impacto ambiental.

Outro local que também viveu na pele um cenário similar foi o canteiro central da Avenida Goiás, que fica abaixo da Avenida Paranaíba, no Centro.

Por lá, a transformação também teve o seu impacto e melhorava o microclima de uma cidade com temperaturas elevadas, foi substituída por um vazio e terras espalhadas em todo o chão.

Avenida Goiás, em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ @maria1ester)

A paisagem passou por uma alteração drástica em outubro de 2022, após a Prefeitura realizar a retirada de 90 árvores devido às obras da BRT Norte-Sul – que, até hoje, seguem no papel.

Os exemplares envolviam 32 ipês roxos, 48 guarirobas, seis cega machados, duas mangubas, uma mangueira e um ficus.

Na época, a Amma chegou a determinar o plantio de 1350 árvores como forma de compensação ambiental pela derrubada.

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