O triste drama de crianças que precisam de internação em Anápolis

"Enquanto a unidade de emergência luta para atender a demanda crescente, os médicos enfrentam uma frustração de não ter onde internar crianças para continuar o tratamento. A falta de leitos obrigam famílias a ver seus filhos serem transferidos para outras cidades"

José Fernandes José Fernandes -
Upa Pediátrica de Anápolis. (Foto: Reprodução)

“Preciso da sua ajuda pela misericórdia do Senhor Jesus Cristo. Minha vizinha, com a filha de três anos, internou na UTI pediátrica com febre há três dias, dor, diarréia e prostrada. Pediu uma tomografia e no dia que ia fazer, mandaram para Pirenópolis a criança e nem pediatra lá tem”.

Essa foi a primeira mensagem que li hoje (27) pela manhã. O relato angustiante de uma mãe desesperada com o sofrimento de outra mãe e sua filha. É o retrato real de como a saúde em Anápolis está falida.

Enquanto a unidade de emergência luta para atender a demanda crescente, os médicos enfrentam uma frustração de não ter onde internar crianças para continuar o tratamento. A falta de leitos obrigam famílias a ver seus filhos serem transferidos para outras cidades. De Anápolis para Pirenópolis, Uruaçu e outros.

Os pequenos pacientes e suas famílias enfrentam um sistema falido, que merece atenção urgente. A mãe dessa criança retirou a filha por conta própria de Pirenópolis e voltou para Anápolis, nesse momento.

A prefeitura anunciou a construção de um novo Hospital Municipal do Leblon. A obra já está em andamento. Mais de R$ 11 milhões serão aplicados e serão apenas DEZ LEITOS INFANTIS. Com uma população de 400.000 habitantes, afirmaram que irão desafogar as unidades de emergência. A ver no futuro.

As crianças não podem mais ser vítimas desse desastre. Neste ano, um bebê de cinco meses morreu e a Secretaria de Saúde teve a “cara de pau” de responder em nota oficial que “(…) a criança foi atendida na UPA pediátrica, mas que a responsabilidade da gestão não é da prefeitura”. Como se isso isentasse os irresponsáveis públicos.

O que presenciamos em Anápolis não é um problema de recursos, mas sim um colapso na gestão e na formulação de políticas públicas. O dinheiro está lá, o orçamento existe mas a prioridade é outra. Talvez rural!

Prefeito! Sua administração desastrosa já está no final e falha em cumprir com o dever básico de zelar pela saúde e bem estar do anapolino, inclusive de nossas crianças.

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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