O drama vivido por mãe de garotinho que teve 40% do corpo queimado por bola em chamas

Vera não está trabalhando para acompanhar filho no hospital. Ela está grávida da quarta criança e marido desempregado

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Fachada do HUGOL, em Goiânia.(Foto: Divulgação)

“Não gosto nem de pensar nisso, na pele dele no chão”, disse a mãe que teve o filho de 05 anos seriamente queimado em uma brincadeira entre adolescentes. O caso se deu na noite desta quinta-feira (21), no Setor dos Estados, em Aparecida de Goiânia.

Ao Portal 6, Vera Maria Faria de Carvalho, de 31 anos, relatou que chegou em casa após o trabalho como diarista por volta das 18h e, antes de tomar banho, permitiu que o filho fosse brincar na rua, um costume antigo.

Então, gritos ecoaram pela rua. Três adolescentes, de 12, 14 e 16 anos, clamaram por ajuda da mãe enquanto tentavam apagar o fogo que tomava conta do corpo da vítima. “Não sabemos o que aconteceu direito. Uma versão é de que encharcaram uma bola com álcool, atearam fogo e ela engarranchou no meu filho. Outra é de que um galão explodiu perto dele”, relatou.

“Os meninos tentaram enrolar ele em capim, jogaram terra”. No entanto, os esforços pouco impactaram o fogo. Desesperado, a criança correu em direção ao banheiro da própria casa, em busca de água.

“Gosto nem de lembrar dessa cena. Nem estou indo para casa para não lembrar”, disse Vera, que está hospedada na casa de um parente, juntamente com o esposo e outras duas filhas, de 12 e 14 anos.

Atualmente, a criança está internada na UTI do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), com 40% do corpo queimado. A maior parte das queimaduras atingiram o terceiro grau.

O menino é alimentado por sonda e sedado constantemente, visto que, quando acorda, chora de dor. No entanto, ele respira sem a ajuda de aparelhos. “O médico disse que o procedimento é muito demorado. Ele pode ficar internado por um mês, talvez mais”.

Vera está acompanhando o filho, o que a impossibilita de trabalhar como diarista. Já o esposo dela se encontra desempregado. “Todo dia tenho que vir de Uber. Não estou conseguindo trabalhar. Os gastos me preocupam muito, estou com a cabeça a mil, mas só quero a recuperação do meu filho”.

Além dos três, Vera aguarda a chegada de uma quarta criança, prevista para nascer em apenas três meses.

“Não acho que tinham noção da gravidade que iriam causar, do que iria acontecer. Eles acharam que seria uma brincadeira”, destacou. “Agora, não sei como vou fazer. Muita fé em Deus, porque o resto não sei de mais nada”.

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