Laudo aponta que modelo que acusa delegado de estupro não foi dopada, diz advogada

Representante diz que exame foi feito 15h após ato, o que pode ter interferido no resultado

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Modelo Jade Fernandes denunciou delegado de Goiânia por estupro. (Foto: Captura/Instagram)

Atualizada às 10h39

A investigação do caso de estupro da miss trans Jade Fernandes, que aponta o delegado Kleyton Manoel Dias como suspeito, ganhou um novo desdobramento. Isso porque, após afirmar ter sido potencialmente dopada para que o crime sexual ocorresse, o exame toxicológico deu negativo para a alegação da modelo.

Apesar da negativa, a advogada da miss trans, Kezia Oliveira Souza, acredita  que o fato do exame ter sido realizado 15 horas após o crime impossibilitou acusar a presença de drogas. Ao Portal 6, a representante jurídica destacou que para além da ausência de substâncias sedativas, o exame também não detectou álcool no organismo da miss, embora ela tenha ingerido ao menos três copos na noite.

“O máximo de tempo em que o exame deve ser feito é de 10 a 12 horas”, destacou. No entanto, Kezia aponta que a negativa não impactará no caso de Jade.

“Como o principal laudo, de ação sexual, comprovou que houve violência extrema que gerou lesão, em que ela ficou sangrando vários dias, já configura estupro. O exame toxicológico seria um agravante na situação”, disse à reportagem.

De acordo com a advogada, a comprovação de violência invalida a afirmação do delegado de que o ato foi consensual.

Além disso, foi realizada a perícia do carro do suspeito, onde teria ocorrido o crime. A Polícia Civil (PC) estabelece um período de 30 dias para os resultados, mas Kezia apontou que devem sair antes devido à repercussão do caso.

Segundo a representante, Jade se encontra extremamente abalada. “Ela está com medo, mas está confiante no trabalho da polícia para que seja feito o mais rápido possível”, finalizou.

Em tempo

Jade Fernandes afirma que foi estuprada pelo delegado após uma festa de aniversário, na madrugada desta sexta-feira (05), em Goiânia. Ela relatou que bebeu cerca de três copos de bebida alcoólica e estava completamente lúcida até o momento em que decidiu seguir para outro pub com o suspeito e mais uma mulher.

“Estava tudo muito turvo, são apenas cenas que aparecem. Teve um momento que eu não conseguia ficar em pé. Estava muito cansada”, relatou a modelo. “É estranho a forma como, da hora que eu saí do pub, não consigo lembrar de tudo. […] Não consigo me lembrar do trajeto”.

Nota da Superintendência da Polícia Técnico Científica:

Sobre o caso em andamento envolvendo uma modelo de Goiânia, a Superintendência de Polícia Científica informa que, em razão das Investigações Policiais correrem em segredo de justiça, a instituição não pode repassar informações. Nesta oportunidade, informamos que o Laudos de Dosagem Alcoólica e Toxicológico referentes ao caso não estão finalizados; e assim que ficarem prontos serão tão logo encaminhados à Autoridade Policial que preside as Investigações.

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