Jovem “surdo” de Anápolis faz desabafo após viralizar pedindo iPhone na rua: “estou sofrendo muito”

Influencer viralizou com vídeos publicados nas redes, mas acabou sendo "mal interpretado"

Samuel Leão Samuel Leão -
Carlos Pereira, influencer morador de Anápolis. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Após viralizar com vídeos nas redes sociais, nos quais carrega uma placa pelas ruas de Anápolis, dizendo ser surdo e precisar de ajuda para comprar um Iphone 15 Pro Max, o jovem Carlos Pereira, de 24 anos, revelou que – o que era para ser motivo de brincadeira – na realidade, tem causado sofrimento.

Ao Portal 6, ele contou que veio do Pará e mora em Anápolis há 5 anos, tendo se apaixonado pela cidade. Porém, ao tentar um novo estilo de produção humorística, acabou sendo mal interpretado.

“Vim do Pará e gostei muito de Anápolis. Eu já fazia muitos vídeos, agora estou fazendo vídeos de humor do meu personagem, o Carlin Surdin, que também é uma sátira e crítica para aquelas pessoas que se fingem de deficientes para pedir e conseguir coisas, o que eu acho muito errado”, contou.

Ele teve cerca de 7 milhões de visualizações no primeiro reels desse tipo, feito ainda no final de 2023, e atualmente acumula mais de 50 mil seguidores. Ao perceber o sucesso, decidiu usar o personagem em uma nova situação, fingindo pedir um item de luxo em um sinal do bairro Jundiaí – que também caiu nas graças dos internautas e ganhou grande repercussão.

“Eu fui para o sinal da Avenida São Francisco com placa pedindo dinheiro para o iPhone, mas recusei toda a ajuda oferecida e expliquei que era só para produzir um conteúdo. Eu sou evangélico e, até na minha igreja, teve gente criticando como se eu fosse um golpista ou algo do tipo, sendo que não era nada disso”, desabafou.

“No vídeo que eu falo que sou surdo, o meu primo conversa comigo e eu respondo tudo, o que já deixa na cara que eu não sou e que é só um personagem, uma brincadeira. Mas estou sofrendo muito, porque muita gente me tratou como se eu tivesse feito alguma coisa errada”, finalizou.

Mesmo mal compreendido, Carlos disse que pretende continuar fazendo personagens que criticam essas práticas golpistas, se inspirando nas clássicas pegadinhas e utilizando como cenários as ruas de Anápolis.

Repercussão

Nos comentários da publicação, os internautas se dividiram. Alguns apontavam incongruências, enquanto outros citavam experiências com pessoas que vivem com tal deficiência para explicar o caso.

“Que estranho, tudo que pergunta para ele, ele responde rsrs”, apontou um, seguido de outro: “Ele confundiu, achou que era mudo”, expressou.

Em outros casos, o fato do personagem surdo responder ao que lhe é dito apenas com sinais levantou questões, que, inclusive, proporcionam a conscientização sobre tais condições.

“Tenho uma irmã muda e surda, ela consegue ler seus lábios quando fala, ela sabe o que você fala pelo gesto dos lábios. Mas não é tudo que ela consegue detectar”, disse, e mais um contou: “Tenho um amigo surdo e mudo que entende tudo que a gente fala, é um fofoqueiro ‘da bexiga'”, pontou.

 

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