Anápolis registra surto inesperado de doenças respiratórias em crianças

Quantidade de casos está surpreendendo pediatras e cuidados devem ser tomados para evitar internações

Augusto Araújo Augusto Araújo -
UPA Pediátrico do Bairro Maracanã, em Anápolis. (Foto: Samuel Leão)

O início de 2024 tem sido marcado por um surto inesperado de algumas doenças, como a dengue e Chikungunya. No entanto, Anápolis também foi atingida por um pico de pico de bronquiolite, pneumonia e infecções das vias aéreas.

Ao Portal 6, a pediatra Talytha Coelho afirmou que as clínicas voltadas para o atendimento infantil estão lotadas e com dificuldades de receber novos pacientes.

“Essa semana foram mais de 20 casos respiratórios atendidos, tendo em vista que eu atendo uma grande parte de recém-nascidos e consulta de rotina. A quantidade foi assustadora”, explicou.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pediátrica de Anápolis, referência no tratamento de crianças no município, é um exemplo dessa sobrecarga de atendimentos.

Em nota enviada à reportagem, a Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), responsável pela administração da UPA, destacou que a unidade tem capacidade projetada na unidade para 7.800 atendimentos mensais e realizou, em janeiro, cerca de 7 mil.

Em relação a janeiro de 2024, a FUNEV apontou que foram 28 casos de bronquiolite e 24 de pneumonia. Mas o que mais surpreendeu foi o fato de terem sido registrados 178 pacientes com infecções agudas das vias aéreas superiores.

Talytha destacou que doenças como essas são esperadas para o mês de março. No entanto, elas teriam chegado ‘fora de época’ em decorrência das mudanças climáticas recentes, que estariam alterando a forma como a circulação do vírus acontece.

Além disso, casos de bronquiolite e pneumonia em crianças são sempre preocupantes, visto que podem evoluir rapidamente para quadros graves, que exigem internação.

“O tratamento inclui medicações que ajudam a broncodilatar o pulmãozinho, para respirarem melhor, e suporte para manterem saturação [de oxigênio] adequada, com nebulizações, bombinhas e até sessões de fisioterapia. Em alguns casos específicos, precisamos usar antibióticos. Mas o tratamento é sempre individualizado”, detalhou.

Para evitar a disseminação das infecções, Talytha orientou para que se evite contato direto com pessoas sintomáticas e manter o olho aberto para sinais de alerta nos pequenos.

Os principais sintomas são dificuldade para comer ou mamar; sono excessivo; dificuldades para respirar, cansando rapidamente; pouco xixi; e febre duradoura, por mais de 03 dias.

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