Marcelo Daher explica motivos de preocupação intensa com a dengue no estado em 2024

Diversos fatores contribuem para olhar mais atento à doença, segundo Marcelo Daher

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Combate aos focos de reprodução do mosquito é ponto indispensável no combate à doença (Foto: Divulgação / SES-GO)

Prestes a fechar o primeiro mês de 2024, Goiás registra 9.950 casos confirmados de dengue. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES), atualizados todos os dias, em um esforço para acompanhar o desenvolvimento da doença que, segundo o órgão, merece atenção especial neste ano.

Ao Portal 6, o médico Marcelo Daher, explicou que diversos fatores contribuem para o alarde. Entre eles, destaca-se a circulação de um novo vírus: o dengue 3.

Ele apontou que sorotipos 1 e 2 são os que circulam atualmente, com foco no último. Com isso, ao se infectar com um desses vírus, é possível criar resistência ao ponto de não ocorrer novamente. Porém, com a entrada de um novo patógeno, tanto aqueles que nunca tiveram contato com o tipo 3, assim como todos aqueles que tiveram somente com os tipos 1 e 2, estão vulneráveis.

“Existe a possibilidade de co-circulação dos vírus. Isso nunca aconteceu no Brasil, então é um problema”, apontou.

Neste contexto, Marcelo ressaltou que uma segunda infecção pela dengue, independente do tipo, pode ser ainda mais grave.

Goiás, em específico, lidera os rankings de casos da doença, em grande parte pelo clima favorável à proliferação do transmissor, o Aedes aegypti. Para além disso, o crescimento desordenado do estado é outro forte fator que alimenta as preocupações e explicam o porquê de 134 cidades terem sido escolhidas para receber as primeiras vacinas.

“Águas Lindas, que é o município com maiores números de casos, tem questões sanitárias terríveis. Luziânia também, Aparecida de Goiânia… O índice de saneamento básico dessas cidades é lá embaixo. Goiânia, Anápolis, cidades maiores, acumula casos por causa do crescimento desorganizado, porque a periferia tem pouca urbanização e estrutura local”, disse.

Apesar das preocupações, o médico afirma que os números não divergem do esperado para o período do ano e a região até então. Sendo assim, a inserção da vacina pode explicar tamanha atenção em torno do assunto, visto que é possível combater a doença de maneira mais efetiva.

“A faixa etária escolhida é de difícil acesso, de adolescente e pré-adolescente”, apontou. Portanto, uma campanha ampla de conscientização da dengue faz com que a população, que antes não se mobilizava, busque a prevenção, segundo o médico.

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