Bactéria sem tratamento pode trazer prejuízos para plantações em Goiás; entenda

Bactéria causa perda de folhas, queda de produção, qualidade e ainda lesões nas frutas

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Cinco novos focos foram identificados (Foto: Divulgação/Agrodefesa)

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) anunciou o avanço de uma bactéria prejudicial para pomares de cítricos em novas áreas do estado. Conhecido como cancro cítrico, a praga não possui tratamento e só pode ser combatida com a destruição dos pomares.

A doença foi identificada durante as inspeções de rotina para o Levantamento Fitossanitário Anual e causaram preocupação especial visto que Goiás é o oitavo maior produtor de cítricos do Brasil.

Assim sendo, os cinco novos focos se localizam em plantações comerciais nos municípios de Cachoeira Alta, Cromínia, Gouvelândia, Joviânia e Quirinópolis. Além destes locais, a Agrodefesa também encontrou a praga em pomares de “fundo de quintal” em Itajá, Itarumã, Jataí, São Simão e Lagoa Santa.

Cancro cítrico

O cancro cítrico é causado pela bactéria Xanthomonas cirti pv.citri e afeta cultivos de cítricos como laranja, limão e tangerina.

Para identificar a presença da praga, é necessário enviar amostras das plantações ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (LDDA/Mapa). Com o resultado positivo, o proprietário poderá adotar as medidas do Sistema de Mitigação de Risco (SMR), o que leva o município ao status de “Área sob Mitigação de Risco”.

Neste caso, a área é, em primeiro lugar, interditada até que adote as medidas determinadas em legislação. Entre elas, o produtor poderá separar os frutos contaminados e higienizar a plantação para que os produtos saudáveis possam ser comercializados.

Já os cítricos contaminados precisam ser destruídos em um local apropriado da plantação, já que Goiás não possui uma indústria de processamento específico de tais frutos.

Vale ressaltar que a bactéria não oferece risco aos humanos, mas resulta na perda de folhas, e, com isso, menor capacidade de fotossíntese e menor produção de cítricos.

Além disso, a praga reduz a qualidade da fruta e provoca lesões, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

De acordo com a coordenadora do programa de Citros da Agrodefesa, Mariza da Silva Mendanha, a praga é propagada principalmente por meio do uso de mudas sem origem e documentação, assim como o uso de veículos, maquinários e demais itens contaminados.

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