Mesmo afastado, professor acusado de assediar alunas na UEG continuará recebendo salário

"Sensação de injustiça", lamentou uma das estudantes que teria sido lesada pelo suspeito

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Fachada da Universidade Estadual de Goiás (UEG). (Foto: Divulgação)

O caso do professor de química da Universidade Estadual de Goiás (UEG), no Campus Henrique Santillo, denunciado formalmente por assédio moral e sexual, segue em andamento e causando muita revolta.

Desde o dia 04 de agosto de 2023, Antônio Carlos Severo Menezes, de 58 anos, se manteve afastado das salas de aula, após a sindicância da instituição determinar a necessidade durante o período de investigações das acusações.

Nesta semana, uma nova portaria foi publicada informando que o suspeito permanecerá por mais 180 dias ausente, para que as apurações sejam concluídas.

O que mais causou revolta, principalmente nas vítimas, foi o fato de que o docente continuará recebendo o salário mensal, mesmo que distantes das atribuições profissionais.

Procurada pelo Portal 6, a assessoria da Universidade emitiu uma nota explicando que, apesar da gravidade da situação, Antônio Carlos ainda não foi julgado e, juridicamente, deve ser remunerado, apesar do afastamento.

“A comissão responsável pelo processo administrativo disciplinar (PAD) apresentou seu relatório final nesta semana e, conforme previsto em lei, o documento foi enviado para as instâncias superiores para decisão final. ⁠Conforme artigo 216 da lei 20.756, o servidor pode ser afastado em função do PAD, no entanto tem a remuneração garantida enquanto o processo está em curso. Os procedimentos administrativos disciplinares correm em sigilo”, informou.

Uma das alunas lesadas pelo suspeito também se pronunciou, em anonimanto, à reportagem. “É uma sensação de injustiça, pois o cara está tranquilo recebendo [o salário] e solto por aí”, explicou a vítima.

“Na UEG todos sabem que é verdade. A conduta dele foi assim por anos. Já era pra ele ter sido exonerado”, desabafou a estudante.

Relembre o caso

Em julho de 2023, uma jovem, de 24 anos, havia denunciado o membro do corpo acadêmico acerca de episódios ocorridos entre maio e junho do mesmo ano, enquanto ela realizava atividades extracurriculares no laboratório de química do campus de Anápolis.

Porém, a partir desse relato, diversas outras alunas afirmaram ter tido experiências semelhantes e se juntaram em defesa da colega para exigir o afastamento do professor, chegando a elaborar um abaixo-assinado para tal.

O caso foi levado adiante, resultando no afastamento do professor.

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